O Núcleo de Londrina do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagrou, nesta terça-feira (14), a Operação Rota 303 que investiga a suspeita da prática de crime de peculato cometido por quatro policiais militares, lotados na Polícia Rodoviária e na Polícia Ambiental do Paraná. Os agentes públicos de segurança teriam se apropriado indevidamente de uma carga de equipamentos eletrônicos contrabandeados do Paraguai, com valor calculado em R$ 115 mil.

Na ação, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e quatro mandados de intimação de medidas cautelares diversas, deferidas pelo Juízo da Vara de Auditoria Militar em Curitiba. No cumprimento das ordens judiciais, o Gaeco teve o apoio da Corregedoria-Geral da Polícia Militar nas cidades de Londrina, Jataizinho, Ibiporã, Sertanópolis, Uraí e Sertaneja. O juízo também impôs aos investigados a proibição de manter contato com testemunhas e outros investigados, por qualquer meio de comunicação, seja contato pessoal, telefônico, de forma eletrônica ou virtual.

Os nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em imóveis, alvos da investigação. São endereços relacionados aos quatro policiais militares suspeitos e a uma quinta pessoa que não pertence à corporação.

Imagem ilustrativa da imagem Policiais militares são alvo de operação do Gaeco
| Foto: Divulgação Gaeco

Além de celulares e equipamentos eletroeletrônicos, foram apreendidos documentos diversos, dinheiro em espécie, armas de fogo sem registro, um silenciador também sem autorização para aquisição e munição de natureza ilícita. O policial militar responsável pelas armas, silenciador e munição foi preso em flagrante, ouvido e conduzido para uma unidade da Polícia Militar em Londrina, onde ficará à disposição da Justiça.

Imagem ilustrativa da imagem Policiais militares são alvo de operação do Gaeco
| Foto: Divulgação Gaeco

POR ACASO

A promotoria chegou até os suspeitos por acaso. Em maio de 2021, um policial rodoviário teve um aparelho de telefone celular apreendido na Operação Imperium, deflagrada para desarticular uma organização criminosa envolvida em jogos ilegais, com ramificações em vários municípios do Paraná e de São Paulo. Ao analisarem os registros contidos no celular do policial, os investigadores encontraram mensagens sobre tratativas de venda de produtos trazidos do Paraguai que teriam sido subtraídos pelos policiais durante o atendimento a uma ocorrência de tentativa de roubo.

Entre os quatro policiais suspeitos, dois estão na reserva. O coordenador do Núcleo de Londrina do Gaeco, o promotor Jorge Fernando Barreto da Costa, informou que a forma como os suspeitos tiveram acesso aos produtos contrabandeados e outros detalhes do esquema ainda estão sendo investigados. Os materiais apreendidos na operação desta terça-feira deverão auxiliar nessa tarefa.

O promotor também não descarta a participação de outros policiais militares na venda dos produtos ilícitos. “Não descartamos a participação e o envolvimento de outros agentes públicos e de particulares, civis. Agora, analisando o que foi apreendido, podem surgir novos indícios.”

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