Com cartazes e camisetas pretas, policiais militares protestaram na manhã desta sexta-feira (17) no Calçadão de Londrina contra a reposição salarial de 3% para os funcionários públicos estaduais. A proposta foi apresentada pelo governador Ratinho Jr. (PSD) no final de novembro e aprovada nesta semana pela Assembleia Legislativa, aguardando apenas a sanção do Executivo.

Convocado pela Aapomil (Associação de Apoio aos Policiais Militares de Londrina e Região), o ato reuniu cerca de 400 agentes no centro da cidade e aconteceu ao mesmo tempo em outras 15 cidades paranaenses. "Nós queremos uma melhoria nos salários. Estamos há seis anos sem um reajuste correto. A defasagem chega a 35%. Sem sombra de dúvida, a PM tem o pior salário entre os profissionais de segurança pública do Paraná", declarou Raul Babugia, um dos organizadores da manifestação.

Imagem ilustrativa da imagem Policiais militares protestam contra reposição salarial de 3% em ato no calçadão

Acompanhados de familiares, os policiais trouxeram uma lista de reivindicações. Uma das principais é a regulamentação na jornada de trabalho. Entidades que representam a categoria afirmam que alguns PMs chegam a cumprir até 80 horas semanais. "E isso sem nenhum tipo de banco ou pagamento de hora extra. É desumano. Tem acarretado problemas físicos e psicológicos. Estamos doentes", afirmou.

Segundo Babugia, a intenção do protesto é sensibilizar o governo estadual a iniciar uma rodada de negociações. "As propostas apresentadas até o momento não agradaram. Queremos resolver esse problema para que a população tenha uma boa prestação de serviço público. O policial já sofre pressão de todos os lados. Sem um salário digno, muitos de nós estão cometendo suicídios", explicou. Procurada, a Sesp (Secretaria Estadual de Segurança Pública) ainda não se manifestou sobre a mobilização.

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| Foto: Rafael Machado/Grupo Folha

Como foi o debate na Alep

Durante a discussão na Assembleia, o deputado Professor Lemos (PT), líder da oposição, apresentou uma emenda aumentando o valor da reposição de 3% para 6,39%. Para o parlamentar, "é o percentual correto". A indicação, no entanto, foi rejeitada na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

O presidente do órgão, deputado Nelson Justus (DEM), descreveu que a sugestão "não pode aumentar despesas já previstas no projeto de lei". O único a concordar dos 13 integrantes da CCJ a concordar com a emenda na comissão foi Tadeu Veneri (PT).