Policiais fazem treinamento e simulam situações de risco
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sexta-feira, 27 de outubro de 2000
Israel Reinstein De Curitiba
Policiais militares, civis e federais participaram ontem de um curso de simulação de situações de risco. Treinando com balas especiais, eles realizaram cenários de conflitos, disparando uns contra os outros. Nessas situações tenta-se colocar o máximo de realismo, com a tensão, presença de pessoas e uso tático, para se descobrir as falhas e se corrigir erros, disse o instrutor do curso defensivo com munição especial, o belga Robert Thomas. O instrutor é chefe do Serviço de Proteção do Conselho de Ministros da Comunidade Econômica Européia.
Thomas explicou que a técnica de simulação vem sendo adotada por policiais em todo mundo, em especial por europeus e americanos. Com essa metodologia os riscos diminuem e aumenta a precisão. Assim, por exemplo, não acontece de ter registros de balas perdidas, afirmou.
Para criar os ambientes de conflitos, os policiais carregam suas armas com balas especiais, que quando atingem o alvo estouram, espalhando tinta. Os participantes usavam cargas de cores diferentes.
A cada erro, Thomas interrompia a cena e refazia a ação identificando quem falhou. Este tipo de simulação acaba saindo mais barato, porque o policial não vai cometer um erro que pode custar a vida de uma pessoa, afirmou o chefe da assessoria de relações com a comunidade da Polícia Civil, delegado Wilciomar Voltaire Garcia.
Um treinamento como o de ontem custa entre US$ 15 mil e US$ 20 mil. O curso de ontem foi pago pela organização não-governamental (ONG) Associação Pro-Human.
O instrutor, que tem no currículo a organização de escoltas para diversos presidentes do mundo, pretende ainda criar um centro de aprimoramento de policiais no Brasil. Também quer implantar os Jogos Esportivos dos Policiais, que é uma espécie de olimpíada da categoria. No Brasil, o único policial que participou e ganhou uma medalha de ouro nos jogos é Teófilo Guimarães.