Muitas pessoas argumentam que as multas de trânsito estão sendo produzidas em escala industrial, o que, segundo eles, serviria para aumentar a arrecadação do governo, mas a Polícia Rodoviária do Paraná refuta esse argumento. Para o presidente do Sindicato de Transporte Rodoviários Autônomos de Bens de Londrina e Região, Carlos Roberto Dellarosa, as fiscalizações que têm sido realizadas são uma "indústria de multas". "Os policiais ficam escondidos para multar. Não há uma blitz para realizar orientações. Hoje peguei duas blitze dessas com radares móveis. Não são radares fixos. E eles ficam em rodovias com pistas duplas em que estabelecem o limite de velocidade em 60 km/h ou 70 km/h. Circular em rodovia duplicada nessa velocidade é difícil, porque a gente não está passeando, está trabalhando."

Questionado se o argumento é falho, porque a infração de fato ocorreu, ele respondeu que não está falando que ninguém está infringindo. "As placas só falam onde o limite de velocidade é 70 km/h e não falam onde podemos andar mais rápido." Ele aponta que a maioria dos infratores são veículos de passeio e não os motoristas que transportam cargas.

"Quanto às prisões por embriaguez, eu acredito que nesse caso deve ser preso e multado mesmo, pois coloca a vida em risco dos outros motoristas. O motorista autônomo dificilmente dirige embriagado, porque está trabalhando. Geralmente, o que ocorre são os motoristas de outros veículos que fazem isso", apontou Dellarosa.

O subcomandante do Batalhão de Polícia Rodoviária, major Gustavo Dalledone Zancan, refutou a ideia de que haja uma "indústria da multa". "Toda e qualquer operação com radar portátil feita pelo batalhão de Polícia Rodoviária só é realizada apenas em locais que são divulgados previamente no site do DER. Se o motorista entrar no site vai encontrar os locais onde podem ser feitas essas operações. É uma exigência do Contran do ano de 2020." Ele explicou que não fica a critério do agente montar uma operação radar em determinado local. Esse local é previamente estudado pelos comandantes de companhia é enviado para o DER onde passa no setor de engenharia e de operações e divulgado no site do DER (http://www.der.pr.gov.br/Pagina/Radares-e-Locais-de-Operacao).

"Em segundo lugar existe uma norma geral do batalhão de que a viatura deve estar em posição aparente e a operação tem que ser sinalizada, sem que nada seja escondido. Então esse viés de fiscalização às escondidas não é utilizado pela Polícia Rodoviária", reforçou.

Zancan acrescenta que toda infração é fotografada. "Então não há o que se alegar de que há uma indústria da multa. Se naquela rodovia o limite de velocidade é 110 km/h, então o aparelho vai fotografar para registrar a imagem apenas daquele veículo para essa velocidade", argumentou.