A polícia - mais uma vez - está atrás de Nelson Bárbara, 39 anos, que fugiu da PEL 2 (Penitenciária Estadual de Londrina), na Rodovia João Alves da Rocha Loures, na zona sul, no começo da noite do último domingo (13). Em nota, o Deppen (Departamento de Polícia Penal do Paraná) informou que ele escapou durante a distribuição de refeições para os presos. Um procedimento interno será aberto para apurar a fuga.

Apesar de relativamente jovem, Nelson Bárbara estava preso havia 19 anos na unidade. Sua ficha criminal é extensa. Entre os crimes mais graves, estão as mortes dos agricultores Valderlei Rodrigues dos Santos, 29 anos, e Nelson Vieira, ambos no distrito de Lerroville, e da jovem Daniela Ingrid de Lima, 19, em Passos, interior de Minas Gerais.

Os dois primeiros homicídios aconteceram em 2001 e o terceiro, em 2002. No início da década passada, sua fama se espalhou rapidamente pelos inúmeros assaltos. Foram pelo menos 15, a maioria na zona rural de Londrina. Junto com o irmão Valdecir Bárbara, que está foragido do sistema prisional desde 2016 após ter direito ao regime semiaberto, Nelson cometeu outros roubos na região.

Em 2003, na PR-445, próximo a Mauá da Serra, eles foram acusados de roubar um caminhão Scania e render duas pessoas, o motorista e seu filho, que trafegava como passageiro. A dupla teria usado o veículo para atingir um ônibus de turismo na BR-376. A Justiça de Marilândia do Sul inocentou os irmãos nesse caso por falta de provas.

No depoimento dado ao juiz da 4ª Vara Criminal de Londrina, Luiz Valerio dos Santos, e obtido pela FOLHA, Nelson Bárbara demonstra frieza e nega as acusações dos assaltos. Em pouco mais de três minutos, atribui a suspeita levantada pela polícia aos outros crimes que praticou na região.

CERCO

O perfil violento e calculista faz com que o planejamento da polícia para capturá-lo seja especial. A Guarda Municipal, por exemplo, tem usado um drone para monitorar os passos de Bárbara. Ele teria sido visto andando pelo Patrimônio Regina, na zona sul. Viaturas se espalharam pela região para assegurar a segurança dos moradores. A mesma medida está sendo aplicada em outros distritos.

Ouvidos anonimamente pela FOLHA, chacareiros afirmaram que foram avisados pelos policiais e guardas "para tomar cuidado, não receber estranhos e procurar ficar em casa". No Regina, as aulas no colégio estadual não foram interrompidas. O posto de saúde funcionava normalmente. "Qualquer denúncia é importante. Seguimos na caça dele", destacou o tenente Felipe Ciniciato, do 5º Batalhão da Polícia Militar.

Responsável pelo 6º Distrito Policial, o delegado Ernandes Cezar Alves explicou que a Polícia Civil "está empenhada para tentar localizar o criminoso". "Não sei se ele recebeu ajuda de alguém para fugir da PEL 2 porque não recebi formalmente essas informações, mas certamente o Deppen vai tomar providências", afirmou.

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