Curitiba - A polícia do Paraná investiga a morte de ao menos três homens gays, dois em Curitiba e um em Abelardo Luz, em Santa Catarina, no prazo de um mês. O suspeito ainda teria tentado matar outro homem, na última terça-feira (11), na capital paranaense. O delegado Thiago Nóbrega, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que o suspeito é considerado um assassino em série e tem perfil de psicopata. Já foram expedidos mandados de prisão do suspeito pelos crimes.

De acordo com as investigações, o suspeito marcava encontros com os homens em aplicativos de relacionamento usando fotos e nomes falsos. Após ter acesso à casa da vítima, ele a rendia e a asfixiava. Os corpos foram encontrados cobertos com travesseiros ou cobertores e estavam com as mãos amarradas. Depois, ele ainda roubava itens dos homens.

"Provavelmente estamos em busca de um serial killer tendo em vista que ele age do mesmo modo há 30 dias, cometendo um assassinato por semana de homossexuais, que ocorrem após marcar encontro por aplicativo de relacionamento", afirmou a delegada Camila Ceconello.

A primeira vítima teria sido o professor universitário Robson Paim, 36. Ele foi encontrado morto por familiares dentro de casa em Abelardo Luz, no dia 17 de abril. O carro dele foi localizado na mesma noite em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba.

Em 27 de abril, o suspeito também teria matado o enfermeiro David Levisio, 28. Ele morava em Curitiba havia poucos meses. O corpo dele foi encontrado por amigos em seu apartamento, no bairro Lindoia, após três dias desaparecido. Segundo o delegado Victor Menezes, ele estava de bruços, com as mãos amarradas e um travesseiro no rosto.

Já Marcos Vinício Bozzana da Fonseca, 25, foi morto no dia 4 de maio. Ele era de Campo Grande (MS) e cursava medicina em Curitiba. Amigos também estranharam seu desaparecimento e chamaram a polícia. O corpo estava coberto com uma manta e apresentava sinais de decomposição. Marcos morava a cerca de dois quilômetros de David.

A Aliança Nacional LGBTI+ também acompanha as investigações e ressaltou as características de crime de homofobia. Na segunda-feira passada (10), o grupo lançou um manual para evitar casos de violência LGBTIfóbica. Entre as 11 dicas, o grupo aconselha que se evitem encontros marcados por aplicativos que não exigem autenticação dos usuários.