A Polícia Civil prendeu um homem de 33 anos, nesta sexta (14), suspeito de estupro virtual de dois adolescentes de 12 e 13 anos em Castro (Campos Gerais). Por meio de aplicativo de mensagens, ele enviava fotos e vídeos de sexo explícito e desafiava os adolescentes a repetirem as cenas em troca de chocolate. O homem se aproveitou do fato de ser educador social em uma instituição de ensino em que os alunos estudavam para conquistar a confiança das vítimas.

Renata de Souza Batista, delegada da 43ª Delegacia Regional de Curitiba e Castro, explica que o suspeito trabalhava em uma instituição de ensino particular e criou um grupo em um aplicativo de mensagens para compartilhar material pornográfico com as vítimas. Segundo ela, o irmão mais velho de uma das vítimas teve acesso ao conteúdo e levou o celular até a instituição de ensino. A escola fez prints das conversas e encaminhou o conteúdo ao Conselho Tutelar, que repassou o relatório à Polícia Civil.

As mensagens entre o educador social e os adolescentes foram trocadas em maio e descobertas no dia 6 de junho. No dia 12 de junho foi registrado o Boletim de Ocorrência e a prisão temporária do suspeito foi expedida na sexta-feira (14).

“Ele também pedia que o compartilhamento fosse por meio de visualização única, justamente para não deixar rastro. Enquanto os adolescentes iam cumprindo esses desafios, ele contabiliza por meio de caixas de bombons”, explica Batista.

A delegada esclarece que em uma dessas oportunidades ele levou os dois adolescentes para almoçar. “Ele aproveitava o fato de estar em uma instituição de ensino para enganar os pais. Pelo relato [dos pais], eles tinham confiança porque os alunos falavam super bem desse educador. Nessa oportunidade em que ele levou os adolescentes para almoçar, ele entrou em contato com os pais e falou que era um procedimento da instituição, só que a instituição não sabia, tanto é que quando foi descoberto, ele foi demitido”, detalha.

Também foi expedido um mandado de busca e apreensão na casa do suspeito. No local, foram apreendidos um celular, dois notebooks e quatro pen drives, que vão passar por perícia.

O suspeito deve ser ouvido nos próximos dias, assim como as vítimas que, por serem menores de idade, devem prestar um depoimento especial com um psicólogo. O educador social pode ser indiciado por estupro de vulnerável, armazenamento de conteúdo pornográfico e por favorecimento à prostituição, já que ele fazia com que os adolescentes reproduzissem os conteúdos em troca de chocolate.

“Para configurar um estupro de vulnerável, independe do contato físico direto, já que ele tinha o controle psicológico dos atos libidinosos que os adolescentes praticavam”, explica. A pena do crime de estupro de vulnerável, a pena varia de 8 a 15 anos de prisão. O suspeito ainda não tem defesa constituída.