A Polícia Civil vai investigar as circunstâncias do grave acidente registrado por volta das 15h20 de sexta-feira (13) na rodovia PR-445, sentido Irerê. De acordo com a PRE (Polícia Rodoviária Estadual), o acidente foi próximo ao posto da PRE. Um Chevrolet Classic de cor branca colidiu contra um caminhão. Os dois ocupantes do carro, Marco Antonio Alves Marcondes, de 45 anos, e seu filho, M.G.K.O., de 9 anos, morreram na hora.

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. | Foto: Divulgação/PRE

A mãe do menino, Erika Kuasne, de 36 anos, procurou a delegacia de Jataizinho horas antes do acidente ser registrado para pedir ajuda. Erika contou à reportagem que Marcondes passou para pegar o filho na escola, na sexta-feira, e teria o deixado em casa para almoçar. No entanto, minutos depois, teria retornado para buscá-lo e passou a ameaçá-la com mensagens pelo celular. "Ele me mandou mensagens, vídeos me xingando, mostrando que estava com meu filho e dizendo que iria acabar com a vida dele”, relatou.

Em seguida, a mulher foi até a delegacia de Jataizinho pedir ajuda e, com apoio da polícia, agendou um encontro com o pai da criança para tentar resolver a situação. "Meu último contato com ele foi às 15h17. A gente foi para o ponto de encontro, conforme o combinado, mas ele não apareceu", ressaltou. Horas depois, a mãe ficou sabendo sobre o acidente que teria tirado a vida dos dois na PR-445.

Conforme o major Nelson Villa Junior, comandante do 5º BPM (Batalhão da Polícia Militar) em Londrina, a mulher procurou a PM e foi montado todo um sistema para tentar interceptá-lo. "No entanto, em seguida, chegou a notícia de que ocorreu um acidente na 445, lugar absolutamente diverso daquele que ele disse que iria. E as características do veículo eram as mesmas. As equipes foram fazer a verificação e constataram que era o menino e o homem, que já vinha mandando áudios ameaçando a mulher e o menino", esclareceu.

Para a reportagem da FOLHA, a mãe relatou ainda que sofria com ameaças e agressões há nove anos e que há três já não estavam mais juntos, mas que ele não aceitava o fim da relação. Nesse período, Erika afirmou que denunciou o parceiro diversas vezes à polícia, o que chegou a levá-lo à prisão sob a Lei Maria da Penha e que tinha medida protetiva contra ele.

Inclusive, na última quarta-feira (11), Erika contou que também viveu a tortura de entrar no veículo sob ameaça. Segundo ela, o ex-companheiro combinou uma conversa, a colocou no carro e teria feito o mesmo trajeto que fez com o filho, ameaçando provocar um acidente se ela não o aceitasse de volta. Naquele dia, o ex-marido teria desistido da ação e retornado para casa. Depois disso, a mãe foi para a casa de parentes em Ibiporã.

Segundo o delegado-chefe da 10º SDP (Subdivisão Policial) de Londrina, Osmir Ferreira Neves Junior, a Polícia Civil vai abrir inquérito para investigar o caso.

O corpo da criança está sendo velado no Parque das Oliveiras e será sepultado no cemitério São Pedro, às 14h15 deste sábado (14).