A Polícia Civil instaurou inquérito policial para investigar a causa do acidente com um caminhão desgovernado que atingiu um automóvel e matou uma motociclista no cruzamento da avenida Rio de Janeiro com a rua Benjamin Constant, nesta segunda-feira (8), no centro de Londrina.

Perda dos freios do caminhão é uma das hipóteses investigadas pela polícia
Perda dos freios do caminhão é uma das hipóteses investigadas pela polícia | Foto: Filipe Barbosa/Futura Press/Folhapress

O delegado Vitor Dutra, responsável pela investigação, confirmou que o motorista do caminhão deve prestar depoimento nesta semana sobre as causas do acidente. Após realizar a entrega de uma encomenda, o condutor alega que o caminhão perdeu os freios na descida da avenida antes da colisão dupla, o que deve ser confirmado pela perícia.

“A lei de trânsito impede a lavratura de prisão em flagrante em certas circunstâncias. Após o acidente, o motorista permaneceu no local e tentou prestar socorro à vítima. O condutor também precisou ser socorrido e diante dessa situação foi instaurado inquérito policial e o motorista deve ser ouvido ainda nesta semana”, explicou Dutra.

A câmera de segurança do Museu Histórico de Londrina flagrou o momento em que o motorista perde o controle do caminhão, atinge um Palio, antes de arrastar a mulher de 58 anos por aproximadamente 10 metros antes de bater contra o portão de entrada do acervo histórico da cidade. O motorista de Cambé tem 34 anos, passou mal depois do acidente e foi encaminhado em estado de choque para a UPA do Jardim do Sol pelo Siate. A empresa responsável pelo veículo de carga foi procurada pela FOLHA, mas não atendeu às ligações nos números plotados na carroceria.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o corpo e a motocicleta ficaram debaixo do caminhão, presos nas ferragens, sendo que a condutora morreu por causa das várias fraturas nos membros e trauma no tórax. Testemunhas afirmam que a mulher deixou o estacionamento da loja de departamentos que fica no cruzamento da Rio de Janeiro com a Benjamin Constant. As imagens também devem auxiliar a Polícia Civil na investigação.

O chefe do Instituto de Criminalística de Londrina, Luciano Bucharles, confirmou que o caminhão passará por perícia mecânica nos próximos dias, mas ainda não há prazo para conclusão do laudo em virtude do volume de serviços.

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Questionado sobre o vídeo, ele respondeu que as imagens também podem passar por perícia, caso o delegado responsável pelo inquérito tenha alguma dúvida técnica que possa colaborar na investigação.

A família fez o reconhecimento da vítima identificada como Irene Maria de Souza Santana, 58 anos. O corpo foi liberado pelo IML (Instituto Médico Legal) no final da tarde e levado para a Acesf (Administração dos Cemitérios e Serviços Funerários de Londrina), que até o fechamento da matéria não havia divulgado os locais e horários do velório e sepultamento.

HISTÓRICO

Em março de 2021, um motorista de caminhão também perdeu o freio do veículo e invadiu a área externa do Museu Histórico depois de derrubar um portão e atravessar o estacionamento do local até derrubar outra grade e parar em um ponto de ônibus na avenida Leste-Oeste. Esse desastre não deixou mortos. Apenas o motorista e outras duas pessoas sofreram ferimentos leves.

“A (avenida) Rio de Janeiro é uma descida e termina no museu. Então, os veículos pesados que não têm a manutenção correta perdem o freio e vêm parar aqui dentro. Nós ficamos à mercê disso”, desabafou Edméia Ribeiro, diretora do Museu Histórico de Londrina.

Na opinião dela, a passagem de veículos de grande porte, como caminhões, deveria ser proibida neste trecho da via pública. “O único problema seria o embarque e desembarque de mercadorias nos comércios da região”, ponderou.

Já no dia 1º de setembro de 2022, um ônibus do transporte coletivo de Londrina se envolveu em um engavetamento com outros 14 veículos na rua Benjamin Constant, sendo que três pessoas ficaram feridas. O motorista alegou uma falha no freio, mas acabou sendo demitido da concessionária do serviço de transporte coletivo.

Procurada, a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização de Londrina declarou que não há projetos em andamento para intervenções viárias no cruzamento, já que não há registro de um grande número de acidentes. De acordo com a CMTU, todos os acidentes envolvendo mortes passam por um estudo, sendo que a equipe técnica vai averiguar a necessidade de mudanças no local, que na avaliação da Companhia, é bem sinalizado e com velocidade máxima de 30 quilômetros por hora.(Colaborou Jéssica Sabbadini/Especial para a FOLHA)

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