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Polícia indicia dois GMs pela morte de adolescente

ATUALIZAÇÃO
30 de maio de 2020

Vitor Struck - Grupo Folha
AUTOR

O delegado João Batista dos Reis, da Divisão de Homicídios da Polícia Civil de Londrina, indiciou dois guardas municipais por homicídio qualificado no procedimento que apura a morte de um adolescente de 16 anos no Ecoponto do Jardim Bandeirantes, em outubro do ano passado. Conforme determinação judicial, os dois servidores cumprem atividades administrativas e estão sendo monitorados por tornozeleiras eletrônicas.  

 

Ao longo do inquérito policial, oito testemunhas foram ouvidas e os laudos periciais nas armas usadas pelos guardas e em seus celulares foram incluídos. O inquérito concluído nesta terça-feira (26), também culminou na exclusão de um terceiro homem que fazia parte do rol de suspeitos do assassinato, ocorrido no local que serve para o destino de resíduos sólidos, na zona oeste de Londrina.   

Para a família, o jovem foi vítima de execução uma vez que a causa da morte foi um “tiro nas costas”, diz o advogado Mario Barbosa.  

“A família espera que o Ministério Público, após analisar todos os elementos contidos neste inquérito, denuncie os guardas municipais pelo homicídio qualificado e que o Poder Judiciário aceite esta denúncia e que, em um futuro breve, eles sejam condenados pelo crime”, completou o advogado.  

A reportagem entrou em contato com o chefe da Guarda Municipal, o secretário de Defesa Civil, Pedro Ramos. Entretanto, ele preferiu aguardar o recebimento de outras informações para avaliar a situação ou mesmo informar se os servidores serão alvos de processos administrativos que poderão culminar nas demissões.  

Relembre o caso 

Os dois guardas municipais foram presos em novembro do ano passado após o cumprimento de mandados de busca e apreensão em suas casas e o interrogatório de um motociclista que estaria comprando drogas do jovem morto no local. A apuração inicial da Polícia Civil já conseguiu comprovar o cometimento da coação de testemunhas e fraude processual, e que a versão apresentada pelos GMs não representava a verdade.  

Segundo informou o delegado-chefe da Polícia Civil de Londrina, Osmir Neves, uma testemunha confirmou que viu os guardas realizarem um “pente-fino” no local com lanternas após ter ouvido o disparo que vitimou o adolescente. Há mais de cinco na corporação, os dois servidores não possuíam histórico de irregularidades.  

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