Manaus, AM - A PF (Polícia Federal) prendeu um suspeito de ser o mandante do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips. O crime ocorreu no início de junho, na região do Vale do Javari, no Amazonas.

Fontes afirmou que não há provas, mas que a PF investiga se Colômbia tem relação com tráfico de drogas
Fontes afirmou que não há provas, mas que a PF investiga se Colômbia tem relação com tráfico de drogas | Foto: Michael Dantas/AFP

Em entrevista nesta sexta-feira (8), o superintendente da PF, Eduardo Alexandre Fontes, afirmou que o homem, conhecido como Colômbia, confirmou que mantém relação comercial de pesca na região com um dos assassinos confessos: Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado.

A PF investiga a verdadeira identidade do suspeito. Os documentos apresentados inicialmente pelo suspeito eram brasileiros, com nome Rubens Vilar Coelho.

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Durante o depoimento, Colômbia afirmou que nasceu em Letícia e, ao ser questionado, apresentou documentos colombianos com nome Rubem Dario da Silva Vilar.

Fontes disse que há ainda suspeita de que ele tenha uma terceira documentação com nacionalidade peruana. A polícia está em contato com as autoridades do país para descobrir em cartórios da região onde de fato Colômbia nasceu.

A principal linha de investigação do crime até agora é que os pescadores atuam na pesca ilegal na terra indígena Vale do Javari em relações comerciais com traficantes na área de fronteira. O superintendente afirmou que não há provas, mas que a PF investiga se Colômbia tem relação com tráfico de drogas.

"Sobre a relação com os pescadores, ele cita que tem relação, que compra peixe, segundo ele, de forma lícita. Então, tem uma relação comercial com essas pessoas, inclusive, o Pelado, ele cita", afirmou Fontes sobre o depoimento de Colômbia à PF na noite desta quinta (7) em Tabatinga, quando foi preso por uso de documentos falsos.

De acordo com o superintendente, o suspeito nega participação e mando nos assassinatos de Bruno e Dom. E sustentou que a relação dele com o comércio da pesca na região é legal.

O suspeito se apresentou espontaneamente à PF, na quinta (7), e, segundo a polícia, afirmou que tinha como objetivo esclarecer informações que estão sendo divulgadas na mídia a respeito do nome dele de relação com o crime e com o tráfico de drogas.

"Ele nega qualquer participação nesse duplo homicídio. Nega ser mandante. Mas durante sua apresentação ao delegado federal que conduzia o caso, ele apresenta o documento falso."

O superintendente afirmou que, além dos quatro suspeitos presos, outros cinco nomes são investigados por participação no crime de ocultação de cadáver, mas, em razão da pena, não há parâmetros que sustentem prisão temporária ou preventiva deles.

No caso da prisão de Colômbia, segundo o delegado, o uso de documentos falsos prevê prisão acima de quatro anos, o que não permite pagamento de fiança por medida estipulada pelo delegado.

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