A Polícia Federal realizou na manhã de segunda-feira (17) a operação “Lobo-Guará”, cujo objetivo foi apurar os crimes relacionados à falsificação de dinheiro- previsto nos artigos 288 (associação criminosa), 289, Parágrafo 1° e 291 do Código Penal. Foram expedidos pela 4ª Vara Criminal de Cascavel sete mandados de busca e apreensão, dos quais foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Cascavel e outro em Curitiba. Vinte policiais federais participaram da operação. Havia mais um a ser cumprido em Cascavel, mas até o fechamento desta edição ele ainda não havia sido realizado.

Foram apreendidos impressoras, notebooks, equipamento gráfico variado, material de acabamento e cartuchos de toners.
Foram apreendidos impressoras, notebooks, equipamento gráfico variado, material de acabamento e cartuchos de toners. | Foto: Divulgação/PF

O Delegado da Polícia Federal, Vagner Alamino, em entrevista coletiva, afirmou que a investigação teve início no Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) de Cascavel, mas por ser crime de moeda falsa, foi dirigida à PF.

Alamino ressaltou que há indícios da existência de uma rede de produção e distribuição de cédulas falsas que atua no Paraná, e que realizava contatos por redes sociais e distribuía o produto pelos Correios para o Brasil inteiro.

Durante a operação foram apreendidos impressoras, notebooks, equipamento gráfico variado, material de acabamento e cartuchos de toners utilizados para a impressão das notas falsas, mas não foram encontradas as notas falsas. “A operação apreendeu impressoras e cartuchos que estavam ocultos no forro de algumas residências. Faziam cópia fiel das cédulas e usavam tintas específicas para isso. Não foram apreendidas cédulas. Eles estão muito atentos com isso”, destacou. Segundo ele, a suspeita é que o volume do derrame seria alto e passaria de um milhão de reais em todo o Estado. “Serão feitas mais operações. O alvo principal está preso. Outros alvos já tinham mandado de prisão temporária e preventiva abertos. São empreendedores do crime e cumpriram pena por vários delitos em Cascavel”, destacou.

Alamino ressaltou que os detidos são reincidentes e pertencem a uma organização criminosa. “Eles estão operacionalizando desde 2017, na Operação Boca Rica. Eles não param, por isso a gente precisa ficar atento. Eles já trabalham com esse tipo de delito”, destacou. Ele afirma que a articulação da operação começava dentro das penitenciárias.

Caso as suspeitas sejam confirmadas, o grupo deve responder pelos crimes de moeda falsa, com pena prevista de 3 a 12 anos de reclusão, e pelo delito de organização criminosa, com pena de 3 a 8 anos de reclusão.

De acordo com o delegado, durante a pandemia tem ocorrido um derrame muito grande de notas falsas em Cascavel e no Brasil e com o anúncio do lançamento da cédula de R$ 200 a probabilidade é que haja um aumento ainda maior desse tipo de ação. Ele informou que a operação foi batizada de “Lobo-Guará” em alusão à essa nova cédula.

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