Polícia Federal apreende planilhas com detalhes de criminosos

Parte de um grupo responsável por manter atualizado o cadastro de integrantes de uma organização criminosa foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) no Paraná. Segundo o policial federal Guilherme Augusto Boller, a Operação Register foi deflagrada na manhã desta terça-feira (5), pela delegacia de Cascavel com apoio das delegacias de Maringá e de Londrina. Trinta 30 policiais foram mobilizados para a operação e cumpriram quatro mandados de busca e apreensão, dois deles em Marechal Cândido Rondon (Oeste), um em Mandaguari (Centro-Norte) e um em Rolândia (Região Metropolitana de Londrina).

Foram apreendidos celulares, computadores e os seus discos rígidos, documentos físicos e também planilhas, além de armas de fogo e uma pequena quantidade de drogas. As investigações apontaram para uma célula em que os investigados possuíam e atualizavam dados pessoais dos integrantes da facção criminosa em planilhas de aplicativos de comunicação. Com esses dados será possível identificar, segundo a PF, centenas de criminosos em diversos estados.

De acordo com Boller, o objetivo é que a partir dos dados coletados nesses materiais seja possível fomentar outras investigações e operações em andamento ou ainda em fase preliminar em todo o Brasil. “Porque as planilhas eram um registro da facção com criminosos de vários estados.” Ele ressaltou que a apreensão de listas não significa que os cabeças desse braço do PCC estejam aqui no estado, embora essa seja uma possibilidade.

Os registros da planilha são individuais e reúnem informações como o nome da pessoa, cargo dentro da organização, apelido, nomes dos padrinhos na organização, cidade de origem, estabelecimentos prisionais pelo qual passou e se já sofreu punição disciplinar pela organização.

Boller informou também que foi identificado um dos responsáveis pelo assassinato do policial federal Edson Martins Matsunaga, que ocorreu em 2010 durante um assalto a uma lotérica no centro de Curitiba. “Isso foi apurado nas investigações preliminares, antes da deflagração da operação. Foi constatado que um dos criminosos registrados ali esteve envolvido no assassinato do agente há 11 anos”, apontou.