Polícia diz que vingança motivou morte de transexual em Londrina
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 06 de julho de 2021
Rafael Machado - Grupo Folha
A Delegacia de Homicídios de Londrina encerrou o mistério que pairava sobre a morte da transexual Natasha Galvão, 26 anos, na noite de 30 de junho, no cruzamento da Avenida Leste Oeste com a Rua Cabo Verde, centro da cidade. Através de câmeras de segurança e depoimentos, investigadores entenderam que o autor do tiro, Alexandre da Silva Daniel, 29 anos, se vingou da vítima. A conclusão afasta duas outras hipóteses para o crime: homofobia e feminicídio, esta última se fosse comprovada alguma ligação afetuosa entre os dois.
Segundo o delegado João Reis, Natasha e Alexandre se envolveram em uma briga no dia anterior ao homícidio. "Ele dirigia um carro e parou para observar algumas transexuais discutindo com um homem, que não conseguimos identificar. A Natasha percebe que a porta do veículo está aberta e entra. Depois disso, não quer mais sair. Aí começa a confusão. O automóvel é cercado pelas outras travestis, que agridem o motorista com socos e pedradas. O condutor dá a volta no quarteirão e tenta atropelar o grupo, mas não consegue", informou.
Na noite seguinte, o plano criminoso dá certo. "O Alexandre volta em um carro diferente, uma caminhonete preta, e estaciona. Natasha cruza a rua, chega perto do carro e é baleada. Perde o equilíbrio e retorna para a calçada, onde é amparada pelas colegas", disse Reis. Depois do disparo, o suspeito foi perseguido pela Polícia Militar e morreu em um confronto na BR-369, na saída para Ibiporã, na mesma noite.
O delegado afirmou que a investigação do caso ainda não terminou. "Faltam laudos, principalmente o de necropsia do Instituto Médico Legal, mas o principal foi resolvido", alegou.