A PCPR (Polícia Civil do Paraná) autuou Leonardo Yoshii, CEO de uma grande construtora de Londrina, por possível assédio sexual contra uma funcionária que ele teria levado a um motel em Cambé, na manhã do dia 23 de março. A defesa do empresário mantém a tese de que ele é inocente e adiantou que confia nas autoridades policiais para a completa elucidação do caso.

A situação foi registrada na Delegacia da Mulher de Londrina, mas foi remetido para a Delegacia de Cambé, local da sucessão dos fatos.

Segundo o boletim de ocorrência confeccionado à época, a vítima relatou que teria sido avisada por telefone, pelo patrão, de que iriam sair para conversar e que ela acreditava que discutiriam empreendimentos em execução pela construtora. Entretanto, dentro do veículo, ele teria começado a fazer questionamentos sobre a prática de pole dance e teria insistido no assunto, mesmo diante de protestos e constrangimento da funcionária.

Ainda de acordo com o BO, o empresário teria entrado em um motel com ela dentro do veículo, em busca de um aposento com pole dance. Mas, ao chegar no quarto, ela teria pegado o telefone celular e corrido para a administração do estabelecimento, onde pediu auxílio para funcionários e acionou familiares. Yoshii teria embora do local, após tentar contato telefônico com a vítima, que não atendeu.

Durante a investigação, foram colhidos os depoimentos de três funcionários do motel e obtidas as imagens de câmeras de segurança.

Em sua versão à Polícia Civil, o empresário teria atribuído à funcionária a oferta de apresentação de pole dance e teria sugerido a ela que fossem a um motel, ao que ela consentiu. Porém, ao chegar com o carro no quarto, ele entrou e, ao olhar para trás, não a viu mais. Ele ainda teria ligado para ela, mas, sem ter as ligações atendidas, retornou às atividades diárias.

Porém, ao analisar os depoimentos dos funcionários e as imagens captadas pelo circuito interno de segurança, a Polícia Civil considerou comprovados os indícios do delito de assédio sexual. Os depoimentos das testemunhas e as imagens, segundo a polícia, levariam à compreensão de que o empresário se aproveitou da situação de hierarquia sobre a vítima para constrangê-la durante o trajeto e tentar obter vantagem ou favorecimento sexual ao ingressar, contra a vontade da vítima, no estabelecimento.

A reportagem procurou o delegado, que declarou que não falaria mais sobre o caso, uma vez que o inquérito está sob sigilo e já foi concluído. Os autos já foram remetidos para que o Ministério Público decida se oferece ou não denúncia contra o empresário.

O advogado de Leonardo Yoshii, Walter Bittar, disse que todas as informações foram prestadas e que “a defesa continua confiando nas autoridades legais para o cabal esclarecimento dos fatos”. Ele também demonstrou indignação pelo vazamento do teor do inquérito policial e afirmou que vai pedir investigação, conforme afirma em nota oficial encaminhada.

“A defesa de Leonardo Yoshii está surpresa com o fato de que a imprensa local tomou conhecimento de relatório de inquérito policial, resguardado por sigilo legal, fato que é considerado crime pela legislação brasileira, e tomará as providências legais cabíveis. Entretanto, os esclarecimentos foram prestados e ainda há testemunhas que não foram ouvidas. O inquérito não foi encerrado e aguarda manifestação do Ministério Público. Reforçamos total confiança nas autoridades legais, para o esclarecimento dos fatos.”

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