A Polícia Civil do Paraná apreendeu na manhã desta segunda-feira (6) cerca de 70 animais silvestres mantidos em uma clínica veterinária no bairro Batel, em Curitiba. Dentre os animais encontrados em um situação inadequadas, estavam 20 cobras, além de corujas, gaviões, papagaios, araras, tucanos, lagartos, macacos, iguanas, dragão de barba, aranhas e uma tartaruga.

A Polícia Civil encontrou corujas, gaviões, papagaios, araras, tucanos, lagartos, macacos, iguanas, dragão de barba, aranhas, uma tartaruga e 20 cobras.
A Polícia Civil encontrou corujas, gaviões, papagaios, araras, tucanos, lagartos, macacos, iguanas, dragão de barba, aranhas, uma tartaruga e 20 cobras. | Foto: PCPR

A clínica era gerida por um casal de veterinários que alegou ter mantido alguns destes animais no local porque eles estariam em tratamento. No entanto, de acordo com o delegado Matheus Laiola, da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente de Curitiba, não foram encontradas ordens de serviço ou documentos que comprovassem o atendimentos destas espécies ou as informações dos guardiões.

A ação da Polícia contou com o apoio da Rede de Proteção Animal da Prefeitura de Curitiba e, em seguida, o IAP (Instituto Ambiental do Paraná) foi acionado para recolher os animais.

Os dois veterinários, um homem e uma mulher, vão responder administrativamente e devem ser denunciados no Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná. Além disso, vão responder criminalmente com base na lei nº 9.605/98, a Lei de Crimes Ambientais, cuja condenação prevê pena de seis meses a um ano de prisão.

De acordo com Laiola, a Polícia Civil trabalha com a hipótese do casal ser acumulador compulsivo de animais. Questionado se a legislação sobre estes crimes prevê penas muito brandas, o delegado concordou que sim e lembrou que não pôde nem mesmo arbitrar fiança para o casal. Ao mesmo tempo, ponderou que a legislação não deve buscar aplicar penas compatíveis com as estabelecidas para crimes cometidos contra seres humanos.

“Eu acho que não tem que ser extremo, não devemos tratar como se fosse ser humano, mas, também, não podem ser tratados como uma mercadoria. Hoje já está provado cientificamente que um animal tem sentimentos, mas eu tenho uma opinião mais moderada, no sentido de que tem que ter a tutela do estado sim, porém quem mata um animal não deve ser enquadrado como homicídio, por exemplo. O órgão mais sensível do ser humano é o bolso, então tem que haver multas mais pesadas", ponderou.