A produção e a divulgação de conteúdos pornográficos envolvendo crianças e adolescentes desencadearam a terceira fase da operação Proteção Integral no Paraná. Cerca de 150 policiais foram às ruas nesta segunda-feira (21) para cumprir 24 mandados de busca e apreensão em 16 municípios. Ao todo, 14 pessoas foram presas em flagrante pelo crime de armazenamento de material relacionado à pornografia infantojuvenil.

Imagem ilustrativa da imagem Polícia Civil prende 14 em operação contra pornografia infantojuvenil
| Foto: Divulgação/Polícia Civil

A operação foi coordenada pelo Nuciber (Núcleo de Combate aos Cibercrimes no Paraná). De acordo com o delegado responsável pelo órgão, José Barreto, a ação foi recorde no Estado em número de alvos e de prisões realizadas. Segundo ele, os investigadores permanecem em alerta, em especial, durante a pandemia de Covid-19.

“Foi feito um trabalho de inteligência inicial para monitorar a internet e verificar se havia pessoas com esse tipo de conteúdo. Verificamos que, durante a pandemia, houve até um aumento no número de pessoas que está acessando esse tipo de conteúdo razão pela qual deflagramos essa mega operação”, destacou.

Em Londrina, policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão. Conforme a delegada do Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crime), Lívia Pini, o suspeito teria apagado o arquivo identificado durante as investigações.

“A gente pode constatar que foi deletado um arquivo possivelmente dessa natureza, mas, em razão de não ter sido localizado o arquivo propriamente dito, não foi possível fazer a prisão em flagrante. Todo o material foi apreendido e vai ser encaminhado para o Instituto de Criminalística, em Curitiba”, explicou.

Além de Londrina, mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em endereços das cidades de Curitiba, São José dos Pinhais, Quatro Barras, São Mateus do Sul, Pato Branco, Marmeleiro, Cascavel, Maringá, Apucarana, Arapongas, Ibiporã, Ponta Grossa, Terra Boa, Godoy Moreira e Marechal Cândido Rondon.

Pendrives, computadores, HDs e dispositivos eletrônicos que podem armazenar imagens de crianças e adolescentes em situação sexual foram recolhidos pelas equipes. Em Ibiporã, há a suspeita de que um dos presos também seria responsável pela produção de conteúdo pornográfico.

A delegada do Nucria em Londrina frisou ainda que o compartilhamento de arquivos também caracteriza crime. “O que você pode é manter esse arquivo no celular para fazer a denúncia. A partir do momento que você compartilha com uma pessoa que não tem nenhum vínculo policial para investigar ou nada nesse sentido, isso já é um crime.”

A primeira fase da operação Proteção Integral foi realizada em março de 2019 e resultou na prisão de cinco pessoas no Paraná. Duas delas, um pensionista de 30 anos e um pintor de 41 anos, foram detidos em Londrina. Outras prisões foram realizadas em Almirante Tamandaré, Pato Branco e Cascavel.

Já a segunda fase foi realizada em outubro com a prisão de dois homens, um de 32 e outro de 30 anos, em Curitiba e São José dos Pinhais.

A produção de mídias pornográficas envolvendo crianças e adolescentes pode resultar em pena que varia de 4 a 8 anos de reclusão. Já o compartilhamento de arquivos é crime com pena prevista de 3 a 6 anos. Quem armazena fotos ou vídeos de pornografia infantojuvenil pode ser condenado de 1 a 4 anos de prisão.