Equipes da Polícia Civil de Mandaguari e de Maringá fizeram, nesta sexta-feira (6), a reconstituição do assassinato da bailarina Maria Glória Poltronieri Borges, conhecida como Magó. O feminicídio ocorreu no dia 25 de janeiro, em uma chácara na área rural de Mandaguari.

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. | Foto: Divulgação

As equipes chegaram acompanhadas por promotores, peritos do Instituto de Criminalística, pelo suspeito Flávio Campana e o amigo dele que também esteve na cachoeira no dia do crime.

De acordo com o delegado da Polícia Civil de Mandaguari, Zoroastro Nery do Prado Filho, responsável pelo caso, a reconstituição começou por volta das 9h30 e se estendeu até o início da tarde. Conforme o delegado, Campana foi acompanhado por um advogado dativo durante a reconstituição.

“Foi um trabalho produtivo. A polícia e os promotores puderam ouvir a versão dele e visualizar onde ele encontrou a vítima e os locais por onde ele passou. Isso é importante para nós. O amigo dele também participou e nós pudemos traçar uma ideia do que ocorreu lá naquele dia”, avalia.

Segundo Prado Filho, o amigo do suspeito apenas confirmou a versão dada anteriormente em depoimento. Os dois estiveram juntos na cachoeira, mas Campana permaneceu sozinho no local, já que o amigo resolveu deixar a chácara no final da tarde.

“O suspeito foi apresentando a versão dele. Ele falou, por exemplo, que atravessou o rio bem próximo à cachoeira juntamente com a vítima, situação que nós acreditamos que não tenha ocorrido, tendo em vista que ali, durante a reprodução dos fatos, foi encontrada muita dificuldade para uma pessoa cruzar aquele rio, aquela região ali. Acredito que a vítima não teria condições para isso e outras testemunhas que a gente já ouviu não relata essa situação”, afirma o delegado.

Magó foi violentada sexualmente e morta por estrangulamento. O corpo da bailarina foi encontrado no dia 26 de janeiro próximo a cachoeira na área rural de Mandaguari. A maringaense de 25 anos esteve no local para rezar e se conectar com a natureza. Após o crime, atos de repúdio ao feminicídio foram realizados em diversas cidades do país.

Durante a reconstituição, Campana teria reafirmado que o ato sexual teria sido consentido. O DNA do suspeito foi o mesmo identificado no corpo da bailarina. O homem já teve uma condenação por abuso sexual em 1998.

“Devo ouvir mais umas duas pessoas e anexar mais laudos para terminar o inquérito. Pelo que foi já apurado ali, muito provavelmente ele deve ter cometido o crime sozinho”, acredita o delegado.

O prazo para a conclusão das investigações termina em menos de 20 dias. No entanto, o delegado acredita que a conclusão deve ocorrer até o final da próxima semana. Campana foi preso no dia 28 de fevereiro e permanece detido na Casa de Custódia de Maringá. O advogado do suspeito não foi localizado pela reportagem.