A Polícia Civil do Paraná investiga o tombamento do ônibus de turismo na BR-376 que resultou na morte de 19 pessoas em Guaratuba (Litoral). Os 53 passageiros e dois motoristas embarcaram no Pará rumo a Santa Catarina. A viagem foi interrompida na manhã de segunda-feira.

Imagem ilustrativa da imagem Polícia Civil do Paraná apura causas do acidente na BR-376
| Foto: PRF

De acordo com o delegado Edgar Santana, responsável pela investigação, o motorista percebeu que havia uma falha mecânica no veículo pouco antes do acidente, mas não conseguiu evitar o tombamento. O motorista prestou depoimento em Guaratuba e foi liberado em seguida.

“Segundo o motorista, ele saiu do Pará no dia 22 com destino final em São José (SC). Antes de sair, o veículo teria passado por uma espécie de vistoria no pátio da empresa, não sendo constatada nenhuma espécie de problema. Durante o percurso, o veículo também não apresentou problemas. No entanto, ao chegar na serra, ele percebeu que o sistema de freios não estava respondendo. Ao visualizar o painel constatou que o balão de ar do freio do lado direito estava completo. No entanto, o balão de ar do freio do lado esquerdo estava pela metade e esse fator estava impedindo a frenagem”, detalhou o delegado.

“A partir daí ele tentou ir para uma área de escape, mas havia alguns veículos e isso o impediu de acessar essa área. Pensou também na possibilidade de encostar em um bitrem que estava na sua frente, no sentido de diminuir a velocidade do ônibus, mas depois analisou melhor o risco que seria agir dessa forma. Na sequência, ao realizar a curva, terminou colidindo no muro de contenção. O veículo deslizou por alguns metros, tombou e caiu na ribanceira”, completou.

A investigação foi encaminhada à Delegacia de Delitos de Trânsito, em Curitiba. Policiais militares que prestaram atendimento no local do acidente e alguns passageiros já foram ouvidos pela equipe. Investigadores seguiam também rumo aos hospitais da região para verificar entre os feridos quem apresenta condições para prestar depoimento.

“Algumas diligências precisam ainda ser realizadas como a oitiva dos demais passageiros, dos representantes legais das empresas responsáveis pelo veículo e pelos passageiros, exames periciais e laudos para que a Polícia Civil possa entender a dinâmica do acidente e chegar a uma conclusão efetiva”, ressaltou.

O motorista foi submetido ao teste com etilômetro logo após o acidente e foi constatado que ele não havia ingerido bebida alcoólica. Ele e outro motorista se revezaram durante o percurso. Segundo o delegado, o outro profissional está internado em um hospital em Santa Catarina e ainda não foi ouvido pelos policiais.

O prazo para a conclusão do inquérito é de 30 dias, mas pode ser prorrogado, se necessário. A documentação da licença de viagem será analisada, bem como as condições do veículo. Equipes da Secretaria de Segurança Pública do Pará devem auxiliar na logística de assistência aos feridos e transporte dos corpos que permanecem no IML (Instituto Médico-Legal) de Curitiba.

Ao menos 15 das 19 vítimas fatais haviam sido identificadas por papiloscopistas da Polícia Civil até a noite de segunda-feira. As idades variam entre 14 e 54 anos. A identificação foi possível por meio da comparação entre as impressões digitais coletadas e os dados enviados pela Polícia Civil do Pará.