Depois que cinco policiais civis de Londrina foram alvos de uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), suspeitos de terem cometido crimes como peculato, corrupção passiva e concussão, a Polícia Civil do Paraná anunciou que a 10ª SDP (Subdivisão Policial) terá um novo delegado-chefe. O caso, deflagrado na manhã desta quinta-feira (1º), foi o segundo do ano em que policiais civis de Londrina acabaram afastados dos seus cargos por suspeita de corrupção. Conforme a PCPR, o novo delegado-chefe é Amarantino Ribeiro Gonçalves Neto. Ele chefiava a 18ª SDP, com sede em Telêmaco Borba (Campos Gerais).

Imagem ilustrativa da imagem Polícia Civil anuncia troca de comando na 10ª SDP
| Foto: Ricardo Chicarelli-22/7/19

A FOLHA entrou em contato com a assessoria de comunicação da Sesp (Secretaria de Estado e Segurança Pública) ainda na tarde desta sexta-feira. Entretanto, não obteve resposta ao pedido de entrevista. O atual delegado-chefe da 10ª SDP, Osmir Ferreira Neves Junior, e o futuro ocupante do cargo, Gonçalves Neto, não foram localizados pela reportagem.

Neves Junior assumiu a 10ª SDP em fevereiro de 2017 no lugar de Sebastião Ramos dos Santos. Ele veio de Maringá em um momento em que várias delegacias do estado tiveram mudanças em seu quadro de comandantes.

No comando da Polícia Civil de Londrina em dezenas de operações contra narcotraficantes, receptadores, acusados de homicídio, agressores de mulheres, estuprados e pedófilos, Osmir Neves também comandou operações contra policiais e Guardas Municipais acusados de abusos.

Em fevereiro deste ano, viu sete colegas entrarem na mira da Corregedoria da Polícia Civil do estado. À época, cinco investigadores, além do superintendente e o chefe do setor de Furtos e Roubos, foram presos e indiciados por associação criminosa, cárcere privado e peculato, que é quando um servidor público usa do cargo que ocupa para obter vantagens indevidas.

O grupo foi acusado de ter desviado parte de uma carga apreendida em dezembro de 2019 e avaliada em mais de R$ 450 mil. Ainda segundo as investigações, os policiais entregaram à Receita Federal apenas 5% do foi que apreendido. Todos ficaram presos até agosto deste ano, quando o TJ-PR (Tribunal de Justiça do Paraná) concedeu um habeas corpus e determinou a soltura dos policiais depois de mais de cinco meses detidos.

Já nesta quinta-feira (1º), a segunda operação contra policiais civis de Londrina foi deflagrada. Segundo o Gaeco e a própria Polícia Civil, os crimes teriam sido cometidas em 2017 e 2018. Dois policiais civis que fariam parte do grupo suspeito de desvio de cargas são novamente investigados.