O delegado Rubens Miranda, que chefia a 14ª Subdivisão Policial de Guarapuava (Centro), reconheceu que as chances de prender os criminosos que tentaram assaltar uma transportadora de valores na noite do último domingo (17) estão cada vez mais remotas.

A declaração sincera foi dada durante entrevista coletiva nesta sexta. "Cada dia que passa, menor chance de encontrá-los. Durante a semana, tivemos a informação que pelo menos três deles (bandidos) estariam escondidos na mata. É por isso que não paramos as buscas. Infelizmente vem muita denúncia falsa e não temos como descartar", disse.

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Após cinco dias, ninguém foi preso. Um suspeito chegou a ser encaminhado, mas foi liberado da delegacia por falta de provas. "Essa é uma organização criminosa que está ramificada possivelmente em outros estados, o que dificulta a investigação. Não é um trabalho simples. Pode levar meses ou até anos", admitiu.

Miranda não soube dizer a quantidade exata de assaltantes envolvidos no crime, mas estima que o número seja superior a 30. "Acreditamos que os chefões da quadrilha sejam de outros estados. Mas há muitos integrantes. Desde gente que ajuda com informações valiosas sobre o alvo, no caso a transportadora, até quem esquematiza o roubo", explicou.

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Segundo ele, a facção chegou à cidade bem próximo ao horário de início da tentativa de assalto, por volta das 22 horas de domingo, e se dividiu em duas partes – uma atacou o 16º Batalhão da Polícia Militar de Guarapuava e a outra ficou responsável pelo assalto à transportadora.

Policiais apreenderam a segunda arma supostamente usada pelo bando. A primeira, uma espingarda, foi encontrada pendurada em uma árvore.

REFORÇO

O delegado informou que parte do efetivo de investigadores de Guarapuava será responsável exclusivamente pela investigação do ataque. A Polícia Civil divulgou apenas que um grupo especializado de Curitiba iniciará os trabalhos a partir da próxima segunda-feira (25).

COMANDANTE AFASTADO

A apuração policial do atentado à transportadora de valores também é recheada de polêmicas. Além das críticas feitas por policiais militares ao secretário de Segurança Pública do Paraná, Rômulo Marinho Soares, sobre a falta de um plano de contingência, o comando na PM foi trocado.

O tenente-coronel Joas Marcos Carneiro Lins foi destituído do 16° Batalhão para a função de Chefe de Estado-Maior do 4° Comando Regional (CRPM), com sede em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. Em seu lugar, assume o major Flavio Vicente Ferraz.