PMDB aposta em desgaste do PFL na comissão do mínimo
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sábado, 01 de abril de 2000
Por Carmen Kozak
Brasília, 02 (AE) - O comando nacional do PMDB escolheu a Comissão que analisa a medida provisória do salário mínimo para atacar o PFL. A direção nacional do partido avaliou, no final de semana, que a votação da medida provisória, na Comissão
até o dia 13 de abril, poderá servir para provocar um recuo ou desgastar ainda mais as relações do PFL com o Palácio do Planalto.
"O PFL tem que decidir logo se é ou não governo; quem é governo não pode trabalhar pela rejeição do salário mínimo de R$ 151", cobra um dirigente do PMDB. Nem PMDB nem PFL apostam na possibilidade de a MP ser votada em plenário antes de 22 de abril - data fatal para a reedição.
O grande teste do PFL, acreditam os dirigentes do PMDB, será na quinta-feira, quando a Comissão faz audiência pública para ouvir o depoimento do ministro da Previdência e aliado de Antônio Carlos Magalhães, Waldeck Ornellas. "O Ornellas vai ficar com os R$ 151 do presidente Fernando Henrique ou com os R$ 177 de ACM?", provoca um aliado do presidente nacional do PMDB, Jáder Barbalho.
O ministro Ornellas diz que não cairá em armadilhas políticas. "Vou à Comissão discutir a questão do mínimo, que é um assunto técnico; se quiserem posso mostrar alguns dados da evolução das contas da Previdência e até onde sei, ao contrário do que aconteceu no governo Fernando Henrique, as contas da gestão de Jáder Barbalho não foram nada positivas", avisa.
O relator da MP, deputado Armando Monteiro (PMDB-PE), espera concluir seu parecer até o dia 10 de abril. "A idéia é trabalhar acelerado, sem protelar", afirma. O cumprimento desta meta depende da agenda de audiências da Comissão esta semana. Terça-feira será ouvido o deputado Eduardo Paes (PTB-RJ), que foi relator do salário mínimo na Comissão Especial da Câmara. Além de Ornellas, foram convocados ainda os ministros da Fazenda
Pedro Malan, e do Trabalho, Francisco Dornelles, que não tiveram suas audiências confirmadas.