São Paulo e Rio - A Polícia Militar do Rio de Janeiro matou na manhã desta terça-feira (20) um homem que manteve 37 pessoas reféns durante quase quatro horas na ponte Rio-Niterói. Nenhum refém foi ferido. Segundo a polícia, o homem foi identificado como Willian Augusto da Silva, 20. Ele não tinha antecedentes criminais conhecidos. As motivações do sequestro tampouco ficaram claras.

 Ponte ficou fechada para o trânsito e a negociação foi encabeçada por policiais rodoviários e do Batalhão de Choque
Ponte ficou fechada para o trânsito e a negociação foi encabeçada por policiais rodoviários e do Batalhão de Choque | Foto: Mauro Pimentel/AFP

O porta-voz da PM, coronel Mauro Fliess, confirmou no fim da manhã que atiradores de elite executaram a operação que culminou na morte do sequestrador. Silva foi atingido no momento em que saiu do veículo. Ao ser baleado, caiu do ônibus e foi imobilizado. Levado por uma ambulância ao hospital Souza Aguiar, sofreu parada cardiorrespiratória durante o atendimento e morreu.

Segundo o governador Wilson Witzel (PSC), a ordem de atirar contra o sequestrador partiu "da técnica da Polícia Militar." A polícia afirmou que a pistola usada por Silva no sequestro era de brinquedo. Ele também portava uma faca, um taser (arma que dá choques elétricos) e um galão de gasolina que ameaçou usar para atear fogo no veículo. Ele também chegou a lançar um coquetel molotov contra os policiais.

O sequestro começou por volta das 5h30, quando o homem obrigou o motorista do ônibus que faz a linha 2520, estacionasse o veículo atravessado na ponte. O veículo, da Viação Galo Branco, ia do Jardim Alcântara (São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio) para o Estácio (região central da cidade) e estava cheio no início do rush matutino.

Com a ponte fechada para o trânsito e cercada pela polícia, pouco depois das 6h, começou a negociação encabeçada por policiais rodoviários e do Batalhão de Choque. Ao longo das três horas seguintes, o suspeito libertou seis reféns: quatro homens e duas mulheres. Ao ser resgatada, uma das vítimas desmaiou no asfalto.

Apesar do choque emocional, todos os passageiros libertados passavam bem, afirmou a polícia. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, ao menos 31 pessoas (incluindo o motorista) estavam no ônibus no momento em que o sequestrador foi imobilizado após ser baleado.

Após horas de cerco, por volta de 9h, o atirador de elite da PM, que estava em cima de um caminhão, disparou e fez um sinal de positivo. O homem caiu. Os policiais, então, comemoraram e rezaram um Pai-Nosso.

O governador Wilson Witzel chegou ao local da ocorrência logo após a execução do suspeito, de helicóptero, e celebrou o desfecho. Ele determinou a promoção dos policiais envolvidos na ação, cujos nomes foram omitidos para evitar retaliações de criminosos. Marinha e Bombeiros também deram apoio à operação policial. "Eu fiquei o tempo todo monitorando, e a Polícia Militar usando seus atiradores escolheu a melhor oportunidade", afirmou. "O ideal era que todos saíssem vivos da operação, mas preferimos salvar os reféns. Determinei que a Secretária de Vitimização cuide dos reféns e também da família do sequestrador", completou o governador aos jornalistas.