A Associação dos Cabos e Soldados (Acasol) denunciou ontem à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa a cúpula da Brigada Militar (a PM gaúcha). Segundo a entidade, os soldados gaúchos estão sendo submetidos a ‘‘uma série de perseguições e represálias’’. O presidente da Acasol, Adelmar Vieira, disse que não descarta ‘‘a possibilidade de ser realizada uma greve’’, caso a situação permaneça como está.
Vieira disse que o governo do Estado ‘‘não tem palavra’’ porque, segundo ele, se comprometera a, ‘‘sendo aceito o abono, não impor punições, represálias ou perseguições por ter participado do protesto por melhores salários ou não ter comparecido ao trabalho no dia da assembléia (17 de julho)’.
Os policiais militares chegaram a entrar em ‘‘assembléia permanente’’ depois de uma manifestação que reuniu 6.000 cabos e soldados. Eles reivindicavam aumento dos atuais 100% para 222% no índice do adicional de risco de vida.
O governo propusera abonos de R$ 100 para cabos e R$ 120 para soldados. A categoria resolveu, mediante a proposta, não entrar em greve. O soldado Cláudio Riguetto, 31, por exemplo, está cumprindo ‘‘punição disciplinar’’ de oito dias desde a última segunda-feira por ter faltado ao serviço no dia da manifestação. Riguetto é diretor da Acasol. O comandante do 1º Batalhão de Polícia Militar, Hélvio Pires, explicou que a punição ocorreu porque Riguetto ‘‘faltou ao estágio de polícia ostensiva’’ - a atividade para a qual estava destacado no dia 17 - e foi visto na manifestação.