Depois de determinação judicial, equipes da Polícia Militar cumpriram, na manhã desta quinta-feira (31), reintegração de posse na Fazenda Palheta, em Alvorada do Sul (Região Metropolitana de Londrina). O local é ocupado por famílias ligadas à Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura).

Imagem ilustrativa da imagem PM cumpre reintegração de posse em Alvorada do Sul
| Foto: Divulgação/Assessoria de Imprensa da UCP

É a oitava reintegração de posse deste ano no Paraná. Um dos coordenadores estaduais do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-terra), José Damasceno, acompanhou a reintegração no local. Segundo ele, a área foi cercada pelos policiais e uma comissão com representantes das famílias foi formada para negociar com o comando da PM.

Mais de 50 famílias viviam no acampamento. A fazenda pertence ao Grupo Atalla, proprietário da Usina Central do Paraná, em Porecatu. “A área já foi vistoriada pelo Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] e classificada como improdutiva. Há um processo de desapropriação tramitando na Justiça”, argumentou Damasceno.

Segundo ele, entre idas e vindas em razão do impasse judicial, as famílias permaneciam na fazenda desde 2008. “A ocupação já é bem estruturada com casas de madeira e de alvenaria, criação de animais e produção de mandioca e de batata. Eles têm uma vida normal como assentados”, completou.

Por volta das 9h30, após negociação com a polícia, a comissão que representa as famílias decidiu deixar a área de forma pacífica. “Depois vamos fazer um levantamento da criação de animais para fazer a retirada deles quando der”, explicou Damasceno. De acordo com a Polícia Militar, não houve ocorrências e a reintegração foi cumprida tranquilamente durante a tarde. As famílias tinham até o final do dia para deixarem a área e ficarão alojadas provisoriamente no Assentamento Iraci Salete, também em Alvorada do Sul.

A fazenda de 692 hectares era utilizada no plantio de cana-de-açúcar para a produção de álcool e açúcar na Usina Central do Paraná. O grupo Atalla tem dívidas históricas com a União, que tiveram origem ainda no tempo da ditadura militar. Os sem-terra já ocuparam fazendas do grupo no Paraná e em São Paulo. A empresa não se pronunciou.

(Colaborou Isabela Fleischmann)

Atualizada às 19h20