São Paulo, 31 (AE) - O pistoleiro Antônio Agostinho Ferreira
de 46 anos, que confessou ontem (30), em Fortaleza, os assassinatos do secretário das Finanças de Guarulhos Manuel Rezende da Silva e do ex-presidente da Câmara Municipal de Franco da Rocha Gilson Gabriel da Rosa, deve ser ouvido na próxima semana no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo. Ele também é suspeito de ter executado o ex-funcionário da empresa de segurança Resilar, de Guarulhos, Aparecido Gomes Pereira.
Ferreira vai responder a interrogatório sobre a morte de Rezende no DHPP, também responsável pelas investigações sobre o assassinato de Pereira. "Após o depoimento em Franco da Rocha, ele será removido para São Paulo para esclarecer alguns pontos do inquérito e confirmar a autoria dos crimes", explicou o delegado titular da equipe Alpha-Leste, divisão de homicídios, Narciso Nascimento.
A equipe quer confirmar a versão do pistoleiro, que teria assassinado o secretário de Guarulhos a mando do empresário Primo Simionato, dono da Resilar, atualmente desaparecido. Ferreira teria recebido R$ 15 mil pelo "serviço". A morte encomendada seria para evitar que o secretário revelasse irregularidades em contratos entre a empresa e a prefeitura.
Suspeito - A polícia acredita na ligação entre as mortes de Rezende e Gomes, em Guarulhos. No início das investigações, em 1997, o ex-funcionário da Resilar chegou a ser apontado como suspeito do assassinato de Rezende, mas apareceu morto quatro meses depois. Simionato está com prisão preventiva decretada há 17 dias no mesmo inquérito que levou à prisão o ex-prefeito de Guarulhos Néfi Tales. O empresário é acusado de formação de quadrilha.
A Justiça investiga acusações de falsificação de planilhas, que causaram prejuízos calculados em R$ 14 milhões aos cofres públicos. Simionato e Tales estão sujeitos a penas de 2 a 12 anos de prisão nesse processo. Em Guarulhos, suspeita-se que o empresário esteja fora do País.