São Paulo, 31 (AE) - O pianista João Carlos Martins vai entrar na próxima semana com uma ação indenizatória e uma queixa-crime contra a ex-primeira-dama Nicéa Pitta. Martins pretende também estudar com seus advogados como processá-la na Flórida, Estados Unidos, onde vive. "Quero esclarecer tudo aqui (nos Estados Unidos) e no Brasil", disse, por telefone. Ele reafirmou que nunca se reuniu no apartamento do prefeito Celso Pitta (PTN) com empresários do setor de transporte coletivo de São Paulo ou funcionários da SPTrans.
Para ele, as denúncias de Nicéa não têm fundamento. "Seria muito ingênuo em fazer reuniões no período em que Pitta estava sendo investigado por corrupção", disse. Segundo ele, Nicéa fez as mesmas acusações, porém em versões diferentes, para o Ministério Público e para a imprensa. Segundo o pianista, ele somente pediu a Pitta para ouvir dois empresários numa audiência na prefeitura. "Sou amigo deles há mais de 20 anos."
Conta - Martins pretende também divulgar seus extratos bancários. "Não tenho conta conjunta com Pitta e nunca fiz depósitos bancários para a família dele", garante.
Ele afirmou ter feito um favor a Pitta, que considera seu amigo, quando entregou, por duas vezes, dólares ao filho dele, Victor. Isso ocorreu porque o prefeito não teria conta bancária no exterior. "Como moro em Miami, ele me fez esse pedido, mas já fui reembolsado."
Procuradoria - O advogado de Martins, Cid Vieira de Souza Filho, apresentou hoje à Procuradoria-Geral de Justiça uma petição para que seu cliente seja ouvido. "Ele quer provar que não participou de negócios ilegais", justificou.
No documento, o advogado informa que Martins tem o "máximo interesse em comparecer para prestar esclarecimentos". Por causa do problema que teve com sua empresa Pau Brasil, que arrecadava recursos para campanhas eleitorais de Paulo Maluf (PPB), Martins acredita que sempre será um alvo fácil para denúncias infundadas.