Rio de Janeiro - Cerca de 90 policiais federais da Deleprev (Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários) prenderam hoje, durante a operação intitulada ''Ajuste Fiscal'', 11 auditores fiscais acusados de fraudar a Previdência Social do Rio de Janeiro. Dois auditores procurados ainda estão foragidos.
A medida visa cumprir 15 mandados de busca e apreensão e 13 mandados de prisão expedidos pela 3 Vara Federal Criminal.
Segundo a Polícia Federal, as fraudes em que os fiscais são suspeitos chegam a ao menos R$ 1 bilhão.
As investigações contaram com o apoio da Missão Suporte da Polícia Federal, baseada no Rio de Janeiro, e da Força Tarefa composta pelo Ministério Público Federal e pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
Segundo o delegado Acen Vatef, da PF, a quadrilha enganava empresários apresentando a eles cobranças de dívidas muito maiores do que aquelas que realmente existiam. Depois, os auditores negociavam com empresários a suspensão desses débitos em troca de dinheiro.
Além disso, em suas auditorias os fiscais que descobriam dívidas acima das existentes no banco de dados do INSS deixavam de cobrá-las também para receber dinheiro dos empresários.
Para o delegado, as fraudes podem ultrapassar R$ 1 bilhão porque os auditores já atuavam irregularmente há ao menos uma década. Os policiais já investigam a quadrilha há cerca de um ano.
Os 13 auditores vão ser indiciados por excesso de exação (arrecadar mais do que é devido com impostos e taxas, por exemplo), formação de quadrilha e crime contra a ordem tributária. Por esses crimes, podem pegar até 19 anos de prisão. Eles serão provisoriamente mantidos sob custódia na carceragem Ponto Zero da Polinter (Polícia Interestadual), em Benfica (zona norte do Rio).