A Polícia Federal do Paraná deflagrou, na manhã de quinta-feira (9), a Operação Capital em vários municípios do Estado. Segundo o Delegado Pedro Henrique Turin de Oliveira, o objetivo é combater o contrabando de cigarros no Paraná, mais especificamente na região de Guaíra. “A investigação durou aproximadamente sete meses. Nesse período foi possível identificar a atuação de uma organização criminosa especializada no transporte de cigarros contrabandeados vindos do Paraguai. Os cigarros eram transportados de Guaíra até Altônia e chamados pelos criminosos de Capital. A organização contava com mais de cem integrantes, a maior parte formada por olheiros que atuavam em todo o percurso, alertando os criminosos sobre a movimentação policial como forma de garantia de que a mercadoria ilícita chegasse ao destino sem maiores intercorrências.”

“Em apenas uma noite de contrabando os criminosos carregavam até 1500 caixas ou 750 mil maços ", diz delegado.
“Em apenas uma noite de contrabando os criminosos carregavam até 1500 caixas ou 750 mil maços ", diz delegado. | Foto: Divulgação/Comunicação Social Polícia Federal

Segundo o delegado, foi identificado que alguns policiais militares foram cooptados pela organização, auxiliando no repasse das informações, bem como não reprimindo a atividade criminosa em troca de pagamento de propinas. “Em apenas uma noite de contrabando os criminosos carregavam até 1500 caixas ou 750 mil maços avaliados em R$3,75 milhões. Eles gastavam cerca de R$60 mil apenas no pagamento de seus integrantes.” O grupo atuava quatro vezes por semana, ou seja, o volume de recursos movimentado era de R$ 15,2 milhões semanais e R$ 60,8 milhões por mês.

Aproximadamente 400 Policiais Federais cumpriram 162 mandados, sendo 96 de busca e apreensão e 66 de prisão preventiva nas cidades de Guaíra, Terra Roxa, Iporã, Francisco Alves, Umuarama, Cafezal do Sul, Altônia no Paraná e no Balneário Camboriú em Santa Catarina. Os mandados judiciais foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra. A Justiça determinou ainda o sequestro de 31 bens imóveis e o bloqueio de contas em nome dos chefes da organização. “Esses 31 imóveis são vinculados aos seus líderes, que ostentavam patrimônio milionário obtido através da prática de contrabando. Os envolvidos devem responder pela prática de contrabando, participação em organização criminosa e corrupção ativa e passiva. Esses crimes possuem penas máximas que somadas podem ultrapassar 25 anos de prisão”, afirmou Oliveira. Oito policiais militares foram presos por participação no esquema e um foi afastado das funções, todos residentes de Guaíra. Os líderes da organização criminosa são de Guaíra.

Foram cumpridos mandados de busca em Altônia (2), Cafezal do Sul (1), Francisco Alves (1), Guaíra (84), Iporã (1), Oliveira Castro (1), Terra Roxa (3), Umuarama (1), e em Balneario Camboriu/-SC(1). Dos mandados de prisão: eram 65 foram cumpridos 53. O total foi de 21 veículos apreendidos: 1 Ram 2500, 1 trailer, 1 lancha motor 200 hp, 1 reboque lancha, 1 moto BMW, 2 tratores e 1 caminhão.

As investigações contaram com o apoio da Polícia Militar do Estado do Paraná e da Seopi (Secretaria de Operações Integradas)/MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública). A ação desencadeada está enquadrada na Operação Controle Brasil, articulada pela Seopi, do MJSP, que integra diversos órgãos no combate aos delitos de contrabando e descaminho de bebidas, fumo e insumos agrícolas.

O nome “Capital” dado a operação faz alusão à maneira que os criminosos se referem ao município de Altônia (Noroeste).

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