São Paulo, 20 (AE) - A companhia hispano-argentina Repsol YPF e a Petrobras devem concretizar, no dia 2 fevereiro, a troca de ativos no Brasil e na Argentina, estratégia que faz parte das duas empresas no Mercosul. Dessa forma, a Petrobras passará a controlar 815 postos de abastecimento e de serviços em território argentino, hoje operando com bandeiras da YPF e da Eg3, empresas sob controle da Repsol. As vendas desses postos de serviço chegam a US$ 1,1 bilhão por ano.
No Brasil, a Repsol YPF vai associar-se à Petrobras no refino de 100 mil barris de petróleo por dia, o que representa uma participação de 7% do mercado no País, onde a estatal brasileira conta com 11 unidades de destilação de 1,5 milhão de barris por dia. Com isso, a meta da companhia hispano-argentina, hoje entre as 10 maiores do mundo no setor e primeira na lista das 400 melhores companhias da área energética da revista "Forbes Global", é conseguir o controle parcial de algumas das refinarias da Petrobras nas regiões Sul ou Sudeste do País.
Há dois anos, a Repsol YPF adquiriu 29,25% da refinaria de Petróleo de Manguinhos. A companhia conta ainda com 82 postos de abastecimento e de serviço de gás, além de comercializar lubrificantes e outros produtos importados da Argentina. No ano passado, a companhia espanhola assinou um acordo para participar da exploração de vários campos de petróleo off-shores no Brasil. Ao todo, a Repsol YPF participa em oito campos, sendo em um como operador.
A troca de ativos entre as duas companhias também deve abrir as portas para que a Petrobras entre no mercado argentino de refino de petróleo. Uma das refinarias que estão na mira da estatal brasileira é a de Bahía Blanca, 800 quilômetros ao sul de Buenos Aires. Essa refinaria se encontra próxima ao pólo petroquímico Mega, que está sendo construído pelo consórcio Repsol YPF, Dow Chemical e a Petrobrás. A previsão é de que esse pólo seja inaugurado no final do ano.