Petrobras diz que tem dificuldade para conter poluição
PUBLICAÇÃO
sábado, 29 de janeiro de 2000
Agência Estado
O presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul, admitiu ontem que não há recursos definidos para evitar o principal problema ambiental enfrentado hoje pela estatal: o despejo de resíduos de petróleo na Baía de Guanabara, provocado diariamente pelo sistema de resfriamento da Refinaria Duque de Caxias (Reduc).
O principal problema da Reduc do ponto de vista ambiental é o canal de resfriamento, que sai da baía, atravessa um mangue e distribui essa água salgada por todas as unidades para esfriá-las; a água depois é jogada de volta na baía, acumulando nesse processo resíduos de vários produtos com petróleo e derivados, disse Reichstul, após uma reunião com 13 parlamentares da bancada fluminense, na sede da estatal, no Rio.
O deputado Ronaldo Cezar Coelho (PSDB-RJ) cobrou uma solução.Esse sistema de refrigeração não é adequado e merece investimentos para que o problema, que já existe há mais de 15 anos, não continue, disse o deputado. O presidente da estatal acenou com uma possibilidade de solução para o problema, que vem desde a construção da refinaria, apesar do alto investimento necessário.Temos que analisar seriamente a possibilidade de fazer investimentos para a construção de uma unidade autônoma de resfriamento, sem ligação com as águas da baía, mas não começamos ainda essa negociação com Estado, disse Reichstul.
Na quarta-feira o presidente da estatal
deverá participar de uma audiência pública na Câmara dos Deputados para depor sobre o desastre ambiental.