A Petrobras voltou a causar um acidente ambiental no Paraná na manhã de ontem. Foi o terceiro caso em sete meses. O oleoduto para transporte de combustíveis entre o Porto de Paranaguá e a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Aracuária, se rompeu na Serra do Mar, em Morretes. Segundo a empresa, vazaram cerca de 1,2 mil litros de óleo diesel dentro da localidade de Carambiú. O córrego Rio do Meio, afluente do Rio Sagrado, que abastece Morretes, foi atingido pelo óleo.
Cinco barreiras foram montadas no córrego para conter o avanço do combustível. Até o final da tarde, a estatal garantia que o vazamento estava contido na terceira barreira. Numa vistoria aérea, técnicos do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) informaram que o óleo diesel avançou por três quilômetros dos seis que formam o córrego. A Petrobras comunicou que ainda não sabe o que causou o rompimento do oleoduto, que foi embargado pelo IAP até que se esclareça o acidente.
O vazamento foi percebido por moradores da comunidade do Carambiú por volta das 10h30 de ontem. O oleoduto passa pela localidade, que fica às margens da BR-277, no sentido Paranaguá/Curitiba, onde vivem 10 famílias de pequenos agricultores. O gerente do terminal da Petrobras em Paranaguá, Luiz Ferreira da Costa, disse que o sistema não estava em atividade quando o vazamento aconteceu. Cerca de 7 milhões de óleo diesel estão armazenados no oleoduto desde segunda-feira, dia 12.
Costa disse que o procedimento é normal no oleoduto, que começou a operar em 1977 e tem 96 quilômetros de extensão. O produto ficaria dentro da tubulação por tempo indeterminado. Ele declarou que os tanques da Petrobras no porto de Paranaguá estavam cheios e não havia nenhum navio programado para receber o óleo diesel. A chuva que caiu na região durante a semana atrapalhou o início do trabalho de investigação.
Uma retroescavadeira abriu um buraco de dois metros de profundidade para chegar ao oleoduto danificado. As laterais tiveram que receber escoras de madeira para evitar desmoronamentos. ‘‘Como choveu demais, fica difícil de fazer a escavação, pode haver um deslizamento de terra a qualquer momento’’, disse Costa. Em nota oficial, a Transpetro (subsidiária da Petrobras e responsável pelo transporte de combustível da estatal) informou que abriu sindicância para investigar as causas do vazamento.
O secretário do Meio Ambiente do Estado, José Antônio Andreguetto, também determinou que a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente instaure inquérito policial para apurar o caso. Entre hoje e amanhã, Andreguetto informou que deve ser divulgado um laudo preliminar sobre os prejuízos ambientais causados pelo vazamento.