Pesquisas apontam vitória de Bush em Virginia e Dakota do Sul Do correspondente Paulo Sotero
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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2000
Washington, 29 (AE) - Com sua candidatura à Casa Branca pelo Partido Republicano ameaçada pela rebelião comandada pelo senador John McCain, do Arizona, o governador do Texas, George W. Bush, parecia hoje (29) à tarde em posição de vencer pelo menos duas das três prévia eleitorais realizadas nos estados de Virginia, Washington e Dakota do Sul.
As pesquisas de boca-de-urna apontavam vitória de Bush em Virginia, a mais importante votação desta terça-feira não apenas pelo número de delegados em jogo (56), mas por se tratar de um estado sulista, de forte base republicana e onde o governador do Texas, que conta o respaldo da máquina do partido, não poderia dar-se ao luxo de sofrer mais uma derrota diante de McCain.
Bush parecia a caminho de vencer também as prévias de Dakota do Sul. Mas a distância entre os dois candidatos era considerada apertada nas primárias de Washington e, até a tarde, os institutos de pesquisa evitavam fazer uma projeção dos resultados.
Na primárias que os democratas também realizaram hoje em Washington, o ex-senador Bill Bradley, de Nova Jersey, tinha sua primeira oportunidade de obter uma votação expressiva em sua disputa pela candidatura presidencial com o vice-presidente Albert Gore. Mas menos de um terço dos 37 delegados seriam escolhidos hoje e a posição de franco favorito de Gore não estava ameaçada.
Tendo perdido para McCain duas das três primárias de maior visibilidade disputadas até agora (New Hampshire e Michigan) e batido o senador apenas na Carolina do Sul, graças em grande parte ao socorro de última hora que recebeu da extrema direita religiosa, o governador do Texas dependia de um triunfo hoje em Virginia para provar a viabilidade de sua campanha e chegar com gás às primárias da próxima terça-feira, quando os eleitores de 12 estados se pronunciarão. Entre estes estão Califórnia e Nova York, os dois maiores colégios eleitorais do país, e estados fortes do Meio-Oeste agro-industrial, como Ohio, que têm um grande peso na decisão das disputas presidenciais.
Na maioria desses estados, os eleitores independentes, que têm apoiado McCain, podem participar das primárias republicanas. Mas apenas os votos dos eleitores registrados como republicanos, identificados por uma marca na cédula, serão considerados para a escolha dos delegados à convenção nacional.
Em princípio, isso representa uma vantagem para Bush. Mas uma pesquisa divulgada hoje confirma o crescimento nacional de McCain. De acordo com pesquisa encomendada pelo jornal The Washington Post e pela rede ABC de televisão, o senador bateria Gore facilmente, por uma diferença de 56% a 39%, se as eleições fossem hoje. Bush também levaria a melhor sobre o vice-presidente, mas por uma vantagem mais apertada, de 50% a 44%.
Mas a sondagem indicou, também, que McCain é uma força política que provoca crescente divisão entre os republicanos, o que explica sua dificuldade de obter o respaldo do partido que pretende representar nas eleições de novembro.
Quatro entre dez republicanos disseram que quanto mais ouvem sobre McCain, menos gostam dele. Em contraste, sete de cada dez republicanos disseram que quanto mais ouvem sobre Bush, mais propensos ficam a votar para ele. Entre eles, a preferência pelo governador do Texas em relação a McCain é de dois para um.