Duas ideias nascidas nos corredores UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), em Curitiba, podem ajudar na proteção de policiais civis e militares, além de bombeiros, médicos legistas e demais profissionais expostos ao riscos de contraírem o vírus Covid-19 em situações que envolvem a remoção de pessoas ou necessitem da desinfecção das próprias roupas. Com baixos custos de produção, os projetos foram desenvolvidos em cerca de três semanas no laboratório de Engenharia Elétrica da universidade e um deles até já teve os moldes dos trajes enviados à prefeitura de um município de Rondônia. O outro projeto consiste em uma capa de desinfecção voltada para servidores da saúde.

De acordo com o professor do Departamento Acadêmico de Eletrônica da universidade, Rubens Alexandre de Faria, a confecção de trajes especiais que protejam 100% do corpo dos servidores em situações "extremas", como a registrada na Itália há quase dois meses com corpos sendo transportados em caminhões, surgiu como forma de contribuir com as medidas de combate à transmissão do coronavírus. “O meu orientando é capitão da PM (Polícia Militar) e ele que deu a ideia. Outra aluna começou a fazer, fez o primeiro protótipo e no dia 15 (de abril) eles já haviam me mostrado dois protótipos e, então, essa produção foi começando”, contou à FOLHA.

Formado basicamente pelo macacão, capuz e a bota, o traje é feito com TNT (tecido não tecido) e permite toda a mobilidade necessária enquanto garante a segurança dos profissionais que estão nas ruas ou precisam se deslocar até a casa dos pacientes. “Pegamos uma gramatura que evitasse a contaminação porque ele é um material barato e descartável. Quando o policial estiver em ação ele abriria esse lacre para ir atender os locais, então o TNT foi o melhor opção pela mobilidade, local para a arma, as luvas que ele vai precisar, no outro lado o bolso e o zíper e mais nada”, explicou o professor.

Até agora, os comandos das polícias Militar e Civil já demonstraram interesse nos trajes, produzidos para serem descartados após três utilizações e cujo custo de produção giraria em torno de R$ 13 cada.

A outra iniciativa nascida nos corredores da UTFPR e de forma voluntária possibilitou a criação de uma capa de desinfecção pressurizada com Ozônio e que, em alguns minutos, poderia esterilizar completamente as roupas dos profissionais que atuam nos hospitais. A estimativa dos professores sobre o custo desta "capa", que poderia ser utilizada centenas de vezes, é de R$ 60 cada.