Curitiba- Pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), em conjunto com médicos cirurgiões da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, começam, em março, a testar o uso de células-tronco em pacientes com insuficiência cardíaca. A pesquisa integra o Estudo Multicêntrico Randomizado de Terapia Celular em Cardiopatias anunciado, anteontem, pelo ministro da Saúde, Humberto Costa. Trata-se do maior estudo com células-tronco adultas para tratamento de doenças do coração já realizado no mundo.
A PUCPR e a Santa Casa estão entre as seis instituições paranaenses que participarão do estudo. Seis médicos pesquisadores, quatro biólogas, duas farmacêuticas bioquímicas e um técnico farão parte da equipe. Os pacientes com insuficiência cardíaca (falha no bombeamento de sangue) serão selecionados do ambulatório de cardiologia da Santa Casa. A participação é espontânea. Serão escolhidos até 10 pacientes por mês.
O coordenador do Núcleo de Miocardiopatia do Laboratório de Engenharia e Transplante Celular da PUCPR, Paulo Roberto Brofman, que coordenará a equipe de pesquisadores, explicou que um grupo atuará nos estudos para tratamento de pacientes com cardiomiopatia dilatada, orientados pelo Instituto Nacional de Cardiologia Laranjeiras, do Rio de Janeiro. Outro grupo trabalhará com pacientes portadores de cardiopatia de origem chagástica em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição vinculada ao Ministério da Saúde.
Ao todo, a pesquisa no País envolverá grupos de portadores de quatro diferentes doenças: infarto agudo do miocárdio, doença isquêmica crônica do coração, cardiomiopatia dilatada e cardiopatia chagástica. Metade dos 1,2 mil pacientes (300 por grupo) receberão tratamento convencional e a outra metade será tratada com células-tronco retiradas do próprio paciente.
O Hospital de Clínicas (HC) de Curitiba e o Hospital Costantini, segundo o Ministério da Saúde, também participarão da pesquisa.
A coordenadora do estudo no Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (HU-UEL), Divina Seila Oliveira, informou à Folha que falaria sobre o assunto apenas na coletiva de imprensa marcada para as 10 horas de hoje. A instituição é a única do interior paranaense a participar da pesquisa. (Colaborou Luciano Augusto)