Agência Folha
De São Paulo
Os tumultos provocados por perueiros clandestinos se alastraram e atingiram a Grande São Paulo. Em Guarulhos, quatro ônibus foram queimados e um foi depredado em ataques atribuídos por empresários e prefeitura a perueiros entre a noite de anteontem e a tarde de ontem.
A violência chegou às blitze organizadas pela prefeitura de Guarulhos. O motorista de lotação clandestina Anderson de Araújo Rodrigues, o Carioca, 30 anos, foi baleado na cabeça por PMs, por volta das 9 horas, no Jardim Santos Dumont, e morreu às 16h10. Segundo a prefeitura, ele furou um bloqueio da fiscalização municipal e atirou contra uma funcionária da Secretaria dos Serviços Públicos, sem acertá-la. Em seguida, foi seguido por PMs que acompanham as blitze e tentou furar uma barreira policial.
A polícia afirmou ter encontrado na Kombi de Rodrigues um revólver calibre 38 com o qual ele teria feito ao menos dois disparos. A ex-cobradora de lotação Georgete Aparecida Assis, 22, que já trabalhou na linha clandestina de Rodrigues (São João-Vila Barros), afirma que viu os policiais atirando contra a Kombi, mas não viu o revólver na mão de Rodrigues.
A polícia afirma que, ao chegar no local do bloqueio, Rodrigues bateu sua Kombi contra dois carros de polícia, que tentavam fechá-lo para que parasse, e sacou uma arma, momento em que os policiais atiraram. Na Kombi de Rodrigues, a reportagem contou seis buracos de bala, fora o pára-brisa e um dos vidros laterais direitos quebrados.