Moscou, 29 (AE-AP) - A Câmara baixa do Parlamento russo rechaçou hoje (29) uma moção apresentada pelos comunistas que pediria à mais alta corte do país para retirar a imunidade de processo concedida ao ex-presidente Boris Yeltsin por seu sucessor.
Os comunistas conseguiram apenas 136 dos 226 votos necessários para a aprovação da moção.
Yeltsin renunciou inesperadamente em 31 de dezembro, seis meses antes do final de seu mandato. No mesmo dia, Vladimir Putin, que tornou-se presidente em exercício, emitiu um decretou concedendo a Yeltsin imunidade de processo e oferecendo outros benefícios para ele e sua família.
Putin foi eleito presidente russo no domingo.
O acordo de imunidade levou alguns observadores a especular que Yeltsin renunciou por temer que sua administração, manchada pela corrupção, sofresse investigações.
Promotores investigando supostas corrupções no Kremlin têm dito que existe evidência de que Yeltsin e suas filhas receberam proprinas de um companhia de construção suíça que reformou o Kremlin. O Kremlin tem negado as acusações.
Os comunistas argumentam que a garantia de imunidade concedida a Yeltsin viola a lei russa e propuseram uma moção para fazer uma apelação à Corte Constitucional pedindo a ela para analisar a questão.
Mas os comunistas perderam o controle da Câmara baixa do Parlamento, a Duma Estatal, para facções pró-governo que se opuseram à iniciativa.