Jerusalém, 02 (AE-AP) - Declarações iradas foram ouvidas nesta quarta-feira (02) no parlamento de Israel enquanto o primeiro debate público da história sobre o arsenal nuclear israelense se transformava em uma briga ardente entre os parlamentares árabes, que abriram o debate, e os deputados judeus, que os acusam de ameaçar a segurança de Israel.
Uma acusação de Issam Mahoul, um deputado árabe do Knesset, de que Israel possui mais de 300 ogivas nucleares fez com que a maioria dos parlamentares judeus deixasse o recinto.
A censura militar sempre proibiu notícias na imprensa local sobre o arsenal nuclear do Estado judeu. O discurso de Mahoul, transmitido ao vivo pela televisão, deu aos israelenses sua primeira oportunidade de ouvir detalhes sobre o arsenal, apesar de o programa nuclear de Israel ser um assunto tratado frequentemente por publicações estrangeiras.
Acuado, o ministro de Gabinete Haim Ramon respondeu a Mahoul repetindo as vagas declarações de Israel sobre sua política nuclear e denunciou a premissa de Mahoul, segundo a qual o público tem o direito de saber.
Ramon disse que Israel não seria o primeiro país a introduzir armas nucleares no Oriente Médio, uma antiga política conhecida aqui como "ambiguidade", dizendo que o país tem capacidade de construir armas nucleares mas não possui bombas de verdade.
Dois diplomatas da Embaixada do Egito em Tel Aviv assistiram ao debate na galeria do parlamento. O Egito pressiona Israel para que assine um tratado de não-proliferação de armas nucleares e destrua as bombas que nunca admitiu ter.