A Justiça do Trabalho atendeu ao pedido de urgência do Ministério Público do Trabalho de Cascavel e determinou que a C.Vale Cooperativa Agroindustrial realize imediatamente o pagamento das verbas rescisórias de todos os trabalhadores vitimados pela explosão ocorrida no dia 26 de julho, em Palotina (Oeste).

A decisão determina ainda que a empresa deve manter o pagamento dos salários mensais, em depósito na conta do sindicato da categoria, a fim de socorrer os familiares em suas necessidades de recursos mínimos com alimentação e moradia. A Justiça deu prazo de 48 horas para o cumprimento da decisão.

O procurador do trabalho Renato Dal Ross, que conduz a investigação acerca do acidente de trabalho, entendeu pela urgência da medida, pois até o momento a empresa C.Vale não realizou a consignação (pagamento) dos valores das verbas rescisórias daqueles trabalhadores. "Por serem trabalhadores avulsos, sem vínculos com a cooperativa, seus familiares sofreriam grave dano, em especial, quanto às necessidades mínimas para se manterem dignamente, alimentando-se e pagando o aluguel de suas moradias, até que se resolva o pagamento integral das indenizações por danos materiais e danos morais aos dependentes das vítimas da explosão."

Em nota, o MPT informou que a decisão da Justiça prevê ainda a manutenção do pagamento dos salários dos funcionários mortos na explosão. O dinheiro deverá ser depositado em uma conta do sindicato representativo da categoria e será usado para atender necessidades dos familiares.

A explosão vitimou nove trabalhadores, sendo oito haitianos e um brasileiro. O corpo do último haitiano desaparecido foi encontrado no dia 31 de julho, cinco dias após a explosão no silo que ocorreu no dia 26 de julho.

Por meio da assessoria de comunicação, a C.Vale informou que ja foi notificada da decisão. "A cooperativa fará a análise jurídica e resposta nos autos, cumprindo com a legislação trabalhista".

FERIDOS EM LONDRINA

Dois dos três feridos da explosão em Palotina transferidos par Hospital Universitário de Londrina continuam na ala de queimados. Os trabalhadores respiram sem ajuda de aparelhos e foram transferidos para leitos de enfermaria.

Já o homem de 31 anos, com ferimentos mais moderados, teve alta do HU-UEL na última quinta-feira (03).

Os pacientes, de 22 e 52 anos, chegaram a ser sedados e receberam tratamento na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) agora seguem na enfermaria do CTQ (Centro de Tratamento de Queimados).

Segundo o último boletim médico divulgado na manhã dessa terça-feira (8) pelo HU, o rapaz de 22 anos está em leito de enfermaria, respirando em ar ambiente, consciente e com quadro estável.

Já o haitiano, de 52 anos, também segue em leito de enfermaria, respirando em ar ambiente, com quadro também estável, segundo o hospital.