Cerca de 15 parentes de detentos da PEL 1 (Penitenciária Estadual de Londrina 1) acompanharam as notícias da rebelião com apreensão durante a noite de sábado e início da madrugada de domingo (26). A pedido dessas pessoas a reportagem não publicará o nome delas. Uma das primeiras a chegar ao local ficou sabendo da movimentação por volta das 18h30 do sábado (25). Ao saber que a rebelião ocorria justamente na ala onde ficam os presos do Seguro, ela ficou apreensiva, pois é justamente na ala em que fica seu marido. “A gente fica sem informação alguma do que está acontecendo ali dentro”, disse ela durante o início da noite.

Com o isolamento do local, várias pessoas optaram por permanecer nos bancos da praça localizada na rua Elpídio Lunardelli. Outras ficaram em outros dois bloqueios, um na rua Ludovina Barroso e outro na rua Aracelis Godilho. Entre as que ficaram na praça, a torcida era para que a rebelião terminasse logo e sem feridos. Elas relataram que conhecem o agente que foi feito refém e que ele sempre foi muito respeitoso com elas. “Ele sempre tratou a gente bem”, ressaltou uma das mulheres presentes.

Outra pessoa, mãe de um dos presos, ficou aliviada ao saber que a ala em que seu filho estava não estava envolvida na rebelião, mas o fato da cela ficar na parte dos fundos do presídio gerou o temor de que pudesse espalhar o movimento para outras celas próximas dali.

Outras quatro pessoas que possuíam relação de parentesco com alguns dos detentos optaram por ficar na rua Aracelis Godilho em frente a uma casa. Elas ficaram observando o vai e vem dos carros que eram autorizados a passar pelo bloqueio, entre eles o do Sindarspen, os policiais que realizavam a troca de turno, a equipe de negociadores que veio de Curitiba e os advogados que surgiam em busca de notícias.

Uma das grandes preocupações era se no domingo, que é o dia de visitas na unidade, as visitas seriam liberadas para entrar normalmente. O alívio só chegou às 0h39 do domingo, quando os policiais finalmente removeram o cordão de isolamento das ruas e os cones. Foi nessa hora que os parentes tiveram a certeza de que a rebelião havia enfim terminado. Aos poucos eles foram deixando o entorno da PEL 1 e foram para suas respectivas casas.

Dia seguinte

Na manhã deste domingo, logo às sete da manhã, começaram a chegar as primeiras pessoas que iriam visitar os detentos da unidade. A maioria delas nem sabia que houve uma rebelião no local no dia anterior. Munidas com pães, bolachas, refrigerantes, elas aguardavam o recebimento das senhas e do momento em que poderiam entrar na unidade para visitar seus filhos ou companheiros.

Uma das poucas que se dispôs a se identificar foi a cozinheira Rosana Aparecida, 53,que veio de Santos (SP). Ela também não soube da rebelião na noite anterior e disse que ficaria frustrada se isso resultasse na suspensão da visita. “Faz um ano que ele está preso. Quando vejo esse tipo de coisa fico muito triste. A gente vê tanta coisa acontecendo na televisão. Graças a Deus meu filho não está no Seguro”, destaca.