Imagem ilustrativa da imagem Paranavaí vai apurar possíveis aplicações de 3ª dose contra Covid-19
| Foto: Gustavo Tacaki/N.Com

A Secretaria Municipal de Paranavaí vai investigar a possibilidade de pacientes terem tomado uma terceira dose de vacina contra o coronavírus no município. A suspeita surgiu após um profissional de saúde, que já havia concluído o processo de imunização com duas vacinas, ter voltado, tempos depois, ao Centro de Eventos da cidade para tentar repetir o procedimento, mas com um inoculante de outro laboratório.

De acordo com a secretária de Saúde de Paranavaí, Andreia Vilar, a terceira dose não foi aplicada porque outros profissionais da área reconheceram a pessoa, que foi orientada a voltar para casa. Entretanto, ainda de acordo com a secretária, a pasta vem recebendo questionamentos em relação à eficácia da vacina, pedindo por mais uma dose.

Diante desses fatos, a Secretaria de Saúde aguarda o fim do cadastramento de todas as pessoas aptas a serem imunizadas para checar se pode ter havido algum caso de pessoas, mesmo da população, que tenha conseguido tomar a terceira dose.

Em Paranavaí, até o dia 16 deste mês, 44.159 pessoas já haviam sido imunizadas contra o coronavírus, das quais 33.706 apenas com a primeira dose e os 10.453 restantes com as duas.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Paranavaí, diariamente há chamados pelas redes sociais e pela imprensa local para os públicos que já podem se vacinar. Neste momento, podem obter a primeira dose pessoas de 47 a 59 anos sem comorbidades, pessoas com comorbidades ou deficiência permanente acima de 18 anos, profissionais da educação acima de 18 anos, profissionais do ensino superior entre 45 e 59 anos, profissionais da assistência social acima de 18 anos e gestantes e puérperas com comorbidades, acima dos 18.

Também há chamamentos para pessoas com a segunda dose atrasada.

Segundo o boletim diário publicado nesta terça-feira (22), Paranavaí acumula, desde o início da pandemia, 11.977 casos de coronavírus confirmados; 257 suspeitos aguardando o resultado dos exames e 235 mortes em decorrência da doença.

Terceira dose não traria mais eficácia

A farmacêutica e doutora em microbiologia Aline Stipp afirma que a diferença entre as três vacinas principais que já são aplicadas no Brasil – CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer/BioNTec – é a tecnologia empregada por cada uma, mas que todas têm o objetivo de imunizar os pacientes contra a Covid-19.

“Como a tecnologia é diferente, a eficácia também é variável e isso pode levar a pessoa a se imaginar se estaria mais ou menos protegida com uma ou com outra. Mas o propósito de todas é o mesmo: produzir os anticorpos”, explica.

A doutora também afirma que há comprovação científica da eficácia das três vacinas, mas que ela só vem como a segunda dose. “Portanto, tomar a terceira dose não teria um efeito diferente. O propósito da vacina é o mesmo para qualquer marca, de imunizar contra o vírus ou, em caso de infecção, que ocorra de uma forma leve, sem necessitar de internação”, diz a especialista.

Entretanto, ela também alerta que, enquanto não estiverem imunizados, pelo menos, 70% da população, é importante para todos manterem as mesmas medidas de segurança, que são evitar aglomerações, adoção de máscaras de proteção e limpeza frequente das mãos, com água e sabão ou álcool.