Curitiba- Pela primeira vez, um navio transatlântico de passageiros permaneceu atracado 36 horas no Porto de Paranguá. Nesse período, das 6 horas de terça-feira às 19 horas de quarta, seus 730 passageiros, vindos principalmente da Europa e Estados Unidos, puderam conhecer as Cataratas em Foz do Iguaçu, fazer passeios por Antonina e Morretes, no Litoral, aos pontos turísticos de Curitiba e até mesmo assistir a um show de fandango, típico da população litorânea do Paraná.
Desde o início de janeiro, três navios de passageiros atracaram no porto paranaense, sendo que os outros dois, de tamanho menor, permaneceram apenas 11 horas. Já o navio que atracou nesta semana, de nome ''Insignia'' e bandeira da Ilha de Marshal, localizada ao norte da Oceania, com 200 metros de comprimento, levou a Paranaguá 1,1 mil pessoas, sendo 730 passageiros e 370 tripulantes.
De acordo com Paulo Henrique Alves da Silva, coordenador de Operações da Oceanus Agência Marítima, que agenciou a vinda do navio ao Paraná, para a próxima temporada de verão está prevista parada do transatlântico em Paranaguá. ''Os turistas adoram aqui. As possibilidades de turismo são muito grandes'', diz Silva. Segundo ele, a agência está fazendo marketing para atrair outros navios de passageiros, mas há necessidade de criar infra-estrutura para esse atendimento.
O Superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, afirma que atrair navios de passageiros é uma das ações defendidas pela atual administração desde 2003. ''Estamos no local mais estratégico do Mercosul e podemos receber navios de todos os continentes'', disse. De acordo com a Appa, a movimentação de mercadorias continuará sendo prioridade nos mais de 3 mil metros de cais, mas incrementar o movimento de navios de passageiros, para aumentar o turismo e gerar empregos, também é um dos objetivos do Projeto Porto Comunidade.
Anteontem, a Appa obteve uma importante vitória judicial. O juiz Helio Arabori, da Vara Civil de Paranaguá, concedeu liminar determinando reintegração de posse da avenida portuária, que hoje é ocupada por 12 pesoas que cuidam de cantinas no local. Os ocupantes têm prazo de cinco dias para sair do local.
Segundo uma das cantineiras, Virmate Poleti Andreoli de Freitas, as pessoas concordam em sair, mas querem que o Governo e Appa se comprometam a obter novo local para trabalharem e garantam a manutenção das famílias até a construção das novas lanchonetes.