Londrina - Paranaenses enfrentaram filas ontem nas delegacias da Polícia Federal (PF) para cumprir a obrigação de recadastrar armas de fogo que possuem em casa ou para devolvê-las definitivamente recebendo uma recompensa em dinheiro. Numa contagem preliminar, o número de registros expedidos no Paraná estava próximo dos 67 mil só neste ano. Ao contrário de ocasiões anteriores, PF garante que o prazo final para regularização termina no próximo dia 31 e não será prorrogado. Quem for flagrado com arma sem registro poderá ser preso.
O responsável pelo Sistema Nacional de Armas (Sinarm) na Superintendência Regional da PF no Paraná, Fernando Vicentine, informou que na contagem parcial o Paraná respondia ontem por pouco mais de 10% de todos os registros efetuados no Brasil, estimados em torno de 650 mil. Já o número de armas entregues em 2009 em todo o Estado girava em torno de 2,8 mil unidades ante 13,7 mil em todo o país. O agente federal comentou que quem deixou para regularizar ou entregar suas armas na última hora deverá enfrentar filas nas delegacias da PF.
Em Londrina, o agente federal responsável pelo setor, Edivaldo Félix dos Santos, informou que nas últimas semanas a média de atendimento variou de 300 a 400 pessoas por dia. No ano, o total de atendimentos deverá atingir a marca de sete mil em Londrina e 12 mil na área de abrangência da delegacia regional. ''Entre 50% e 60% das pessoas nos procuraram para fazer recadastramento'', observou Santos.
Ele precisou que por volta de mil armas foram recolhidas de janeiro a dezembro deste ano, entre elas um mosquetão usado na Segunda Guerra Mundial. Uma agricultora da região que pediu para não ser identificada decidiu recadastrar as armas da família porque as usa na propriedade para afugentar animais que se aproximam de sua granja. Ela disse que deixou para a última hora porque não queria ter trabalho dobrado caso alguma regra fosse alterada.
Movimento intenso também foi registrado nas demais delegacias da PF no Paraná. Em Maringá, até ontem haviam sido registradas 4,3 mil armas e 173 tinham sido entregues. Em Foz, o delegado federal Renato Lima calculou a expedição de cerca de três mil registros em todo o ano mas apenas 57 foram recolhidas durante o ano, fato que ele atribuiu ao grande período em que vigorou a campanha de desarmamento, que trocava armas por quantias que variavam de R$ 100 a R$ 300. ''Muita gente entregou suas armas nos anos anteriores'', complementou.
O Estatuto do Desarmamento - lei que vigora desde 2003 - adverte que manter arma em casa sem registro a partir de 1º de janeiro do ano será crime e o proprietário poderá ser autuado por posse ilegal de arma de fogo, crime que prevê de um a três anos de reclusão. Vale lembrar que no último dia do ano o expediente da PF em várias delegacias será encerrado ao meio dia.
Serviço - Quem tiver dúvidas pode ligar gratuitamente para o 0800-727-3040.