O Lacen (Laboratório Central do Paraná) confirmou nesta segunda-feira (16) a primeira morte por dengue no Estado nos últimos dois anos. A vítima é uma idosa de 83 anos, moradora da região central de Foz do Iguaçu. O óbito aconteceu no dia 27 de março, após o agravamento do quadro e a transferência da paciente para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da rede particular. Segundo a assessoria de imprensa do município de Foz do Iguaçu, a mulher foi internada no dia 22 de março e passou por hospitais da rede particular.
A divisão de vigilância epidemiológica confirmou 68 casos de dengue em Foz do Iguaçu durante o ano epidemiológico (de agosto de 2017 até agora). Só do dia 1º de janeiro até o dia 13 de abril foram registrados 26 casos de dengue no município.
Os casos notificados da doença chegam a 1.570. A Secretaria Municipal de Saúde realiza ações de bloqueio do mosquito Aedes aegypti por intermédio do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). Mesmo assim o índice de infestação predial do mosquito Aedes aegypti foi de 2,8% entre os dias 2 e 6 de janeiro. De 5 a 9 de março aumentou para 3,9%. O índice tolerado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) é de 1%.
O chefe do setor epidemiologia da 9ª Regional de Saúde em Foz do Iguaçu, Eduardo Toshio Kikuchi, afirmou que desde o começo do ano o município de Foz tem tomado precauções para evitar a proliferação da doença. "Nós temos em Foz um Centro de Medicina Tropical e um Grupo de Trabalho de Itaipu que reúne membros dos três países que fazem fronteira aqui na região. Eles tinham diagnosticado um aumento da infestação e já haviam solicitado a aplicação do fumacê em todo o município de Foz e ele foi realizado", apontou. Ele ressaltou que o caso da mulher que morreu de dengue é autóctone, ou seja, foi contraído no próprio município, já que ela não viajou recentemente.
No informe técnico do dia 10, a superintendente de Vigilância em Saúde, Júlia Cordellini, comemorou a redução de 56 mil casos e 63 óbitos entre 2015 e 2016 para 587 casos e nenhum óbito entre 2017 e 2018. A reportagem ligou para a assessoria da Sesa, mas foi informada que ninguém da pasta iria se pronunciar sobre a morte em Foz até a divulgação do próximo informe técnico, marcada para esta terça-feira (17).
O Paraná também tem enfrentado dificuldades no cumprimento da meta de vacinação contra a dengue em 30 municípios onde a incidência tem sido maior. Iniciada no dia 20 de março, apenas 15% da população-alvo foi vacinada. A vacina é aplicada gratuitamente em moradores de 30 municípios paranaenses, (com faixa etária restrita) que têm maior risco de dengue. Esse percentual é o mesmo no município de Foz do Iguaçu, onde foi registrada a morte por causa da doença. Agora a campanha de vacinação está aplicando a terceira dose da vacina da dengue e os municípios com maior cobertura vacinal são Cruzeiro do Sul (66%), Santa Isabel
do Ivaí (59%) e Munhoz de Melo (58%). As cidades com menor aderência à campanha são Mandaguari (4%), Paranaguá (6%) e São Miguel do Iguaçu (7%). Os índices de grandes cidadescomo Maringá e Londrina também estão baixos, com 16% e 12%, respectivamente.
No período da semana epidemiológica do dia 31 de julho de 2017 a 8 de abril de 2018 foram registrados 16.153 casos suspeitos de dengue, destes 11.511 foram descartados. A Sesa confirmou 587 casos, dos quais 561 são autóctones e 26 são importados. Ao todo, 302 municípios registraram notificações, dos quais 81 tiveram casos confirmados. Em 77 deles os casos foram contraídos no próprio município.