O Paraná não vai adotar medidas de contingenciamento em massa após a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil. A Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) vai seguir as orientações do Ministério da Saúde para tratar possíveis casos da doença no Estado. Em Londrina, o município deve adaptar o protocolo adotado no combate à H1N1 para o coronavírus.

“A grande esmagadora maioria dos casos que venha a acontecer no Brasil e no Paraná serão de casos brandos”, afirma o secretário estadual de Saúde, Beto Preto
“A grande esmagadora maioria dos casos que venha a acontecer no Brasil e no Paraná serão de casos brandos”, afirma o secretário estadual de Saúde, Beto Preto | Foto: Ivan Fuquini/Divulgação Sesa

O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, afirma que a posição de sua pasta é seguir o alinhamento com o Ministério da Saúde para bloquear a chegada do coronavírus ao Estado. “As pessoas que transitaram pelo território italiano nos últimos 14 dias e que estão assintomáticas devem apenas aguardar. Se porventura , alguém viajar de volta ao Brasil com algum tipo de sintomatologia respiratória há necessidade que as autoridades sejam notificadas para cuidar desse caso mais amiúde”, orienta.

Ele garante que esse caso do brasileiro que retornou da Itália é mais leve. “A grande esmagadora maioria dos casos que venha a acontecer no Brasil e no Paraná serão de casos brandos”, aponta.

Ele afirma que o Paraná possui uma rede de proteção com hospitais disponíveis em todo o Estado. “Óbvio que vamos nos preparar, mas acredito que não haja necessidade de colocar muitos leitos à disposição, mas é possível que exija. Nós estamos vendo com o Ministério da Saúde a possibilidade de contratar mais leitos emergenciais de UTI se for necessário.”

"Talvez, o coronavírus não se espalhe aqui nessa mesma proporção que se espalhou na China, pois as condições no Brasil são diferentes. É difícil de colocar a construção de novos hospitais como medida em uma eventual epidemia, já que temos uma rede instalada. Se houver uma crise maior, alguns serviços serão remanejados e descontinuados para dar atenção aos casos mais graves."

Ele afirma que não há neste momento medidas de contingenciamento em massa. “Não há nesse momento orientação por exemplo para desmarcar viagens previamente agendadas, mas gostaria de frisar que se as pessoas puderem remarcar as viagens para destinos onde há quantidade maior de casos acontecendo seria o ideal. Viajar só se for necessário.”

RECURSOS

Questionado se a escassez de recursos e de profissionais em hospitais universitários devido à falta de concursos públicos poderia afetar o atendimento em uma eventual epidemia do coronavírus, o secretário afirma que os hospitais têm feito terceirizações e realizado contratações por pessoas jurídicas e não haveria a necessidade de se fazer isso exclusivamente por concursos. Sobre a falta de recursos ele garante que os hospitais estão mantendo os atendimentos com os recursos que recebem. “Mantivemos todos os recursos orçados em 2019 e fatalmente faremos isso com os recursos de 2020 para não faltar nada”, afirma.

Sobre a possibilidade de colapso do sistema em função da convivência do atendimento simultâneo dos casos de dengue e de uma eventual epidemia de coronavírus, ele afirma que a dengue terá mais seis ou sete semanas de ocorrências e depois a tendência é de diminuição dos casos com a chegada do frio.

PROTOCOLO

A diretora de Vigilância em Saúde de Londrina, Sônia Fernandes, declarou que o Município ainda não tem um protocolo específico para o novo coronavírus (Covid-19), mas tem um plano de ação, que é a atualização dos protocolos de atendimento que são utilizados por outras doenças, como a H1N1. Ela afirmou que o vírus influenza, mesmo que não seja o H1N1, possui 17% de letalidade e o coronavírus possui 2,3% de letalidade.