Jerusalém, 26 (AE-AP) - O papa João Paulo II encerrou sua histórica peregrinação pela Terra Santa hoje (26) com um passeio pelos monumentos sagrados de três religiões. Ele ajoelhou-se no local onde Jesus teria renascido, ergueu-se no topo de uma colina sagrada para os muçulmanos e deixou um pedido de perdão aos judeus em um fenda no monumento mais importante do judaísmo.
Seguindo a tradição judaica , o santo padre visitou o Muro das Lamentações, deixando entre as pedras amareladas uma carta com um pedido de perdão pelos crimes cometidos contra os judeus pela Igreja Cristã. O muro é venerado pelo povo judeu como símbolo de sua dispersão e sofrimento.
O papa também fez um apelo pela união dos cristãos em uma missa rezada na Igreja do Santo Sepulcro, tradicionalmente o local de crucificação, morte e renascimento de Jesus. João Paulo ajoelhou-se em frente à pedra sobre a qual, segundo a tradição, o corpo de Cristo foi preparado para sepultamento, e depois beijou a superfície de seu túmulo. Em seu sermão, pediu força aos cristão para superarem suas diferenças e trabalhar por uma união.
Desafiando o cansaço, e para a surpresa de muitos turistas, o papa ainda fez uma segunda visita surpresa à igreja - descrita por ele como "o lugar mais sagrado na Terra" -, no fim do dia, pouco antes partir.
João Paulo começou o dia com uma visita à mesquita al-Aqsa, um dos principais santuários da religião islâmica. Em conversa com o grande mufti Ikrima Sabri, o papa disse: "Jerusalém sempre foi venerada por judeus, cristãos e muçulmanos. Jerusalém é a cidade sagrada par excellence."
Fora da mesquita, um grupo de muçulmanos protestava contra oficiais da Organização de Liberação Islâmica e Palestina, depois de um encontro com o papa. "Vocês acabam de entregar as chaves de Jerusalém e al-Aqsa para o papa. Que vergonha", gritavam.