Roma, 09 (AE) - O papa João Paulo II proclamou cinco novos beatos hoje (09), em cerimônia pública na Praça São Pedro. São três religiosas e dois religiosos de diferentes nacionalidades, que viveram nos séculos 19 e 20.
Não se trata de mártires da fé, como os 44 beatos que o pontífice proclamou no mês passado, entre os quais 30 brasileiros do Rio Grande do Norte. São "confessores da fé", considerados modelo de vida para toda a Igreja Católica.
Mais de 30 mil fiéis assistiram à cerimônia, muitos deles vindos dos países onde os homenageados moravam. A beatificação é o último passo antes da eventual santificação, segundo a Igreja Católica.
Ana Rosa Gattorno (1831-1900), italiana, fez votos de castidade e pobreza depois de ficar viúva aos 27 anos e deixar três filhos aos cuidados de outras pessoas. Fundou o Instituto das Filhas de SantAna para a educação das camadas mais pobres da população.
A beatificação de Maria Elizabeth Hasselblad (1870-1957) é mais um impulso ao ecumenismo. Sueca e luterana, emigrou muito jovem para os Estados Unidos, onde se batizou na Igreja Católica aos 32 anos de idade. Na 2ª Guerra Mundial, abrigou muitas pessoas perseguidas pelo nazismo.
A indiana Miriam Thresia Chiramel Mankidiyan (1876-1926) foi precursora de madre Teresa de Calcutá. Cuidou de pobres e doentes, fundando a Congregação da Sagrada Família.
Os dois religiosos beatificados são Francisco Saverio Seelos (1819-1867) - que nasceu na Alemanha, mas cresceu nos Estados Unidos, onde trabalhou em especial com crianças - e Mariano de Jesus Euse Hoyos (1845-1926), o primeiro beato colombiano, que dedicou a vida aos camponeses de seu país.
Com as beatificações de hoje, o papa nomeou 1.278 santos e beatos em todo o seu pontificado. Há, ainda, 1.921 causas em exame na Congregação para a Causa dos Santos.
Entre as próximas beatificações, estão as de Jacinta e Francisco, os pastores portugueses de 9 e 7 anos para quem Nossa Senhora de Fátima teria surgido em 1917.
A cerimônia de beatificação dos meninos será no santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal, no dia 13 de maio - quando fará 19 anos que o turco Ali Agca atirou contra o papa.
A coroa que enfeita a cabeça da estátua de Nossa Senhora guarda a bala que atingiu o pontífice em 1981, e ele mesmo a depositou lá.