O secretário estadual de Saúde, Beto Preto, afirmou que a variante delta da Covid-19 já possui 42 sublinhagens identificadas e é prevalente na maioria dos casos registrados no País. Ele acrescentou que a flexibilização de medidas de proteção depende do avanço da vacinação, além de outros dados. “Há cinco meses veio o alarme de que a variante delta chegaria ao País e hoje ela já é prevalente em 95% dos casos. É realmente um desafio. Outras variantes vão surgir. O coronavírus tem essa característica de tentar se diferenciar para sobreviver. Por isso a necessidade de tentar manter as medidas de proteção e fazer a vacinação ser efetiva”, ressaltou. A declaração foi dada após o governador Ratinho Junior destacar a possibilidade de retirar a obrigatoriedade do uso de máscaras, caso a imunização atinja 80% dos adolescentes.

"Há essa possibilidade de retirar a obrigatoriedade do uso de máscaras antes do Natal se a gente atingir níveis de excelência. "
"Há essa possibilidade de retirar a obrigatoriedade do uso de máscaras antes do Natal se a gente atingir níveis de excelência. " | Foto: Geraldo Bubniak/AEN

“Há essa possibilidade de retirar a obrigatoriedade antes do Natal se a gente atingir níveis de excelência. Isso a gente tem conversado bastante aqui no governo, de atingir 85% da vacinação com duas doses para os adultos com mais 18 anos ou que parte desse público tenha recebido a dose única da Janssen. E também é possível que, até o fim do mês de novembro, a gente atinja 80% dos adolescentes de 12 a 17 anos, pelo menos com a primeira dose. Hoje nós conseguimos bater 80,2% da população vacinada com duas doses ou dose única, no caso da Janssen, nos adultos maiores de 18 anos. E nos adolescentes, na primeira dose da Pfizer, nós já estamos com quase 56,88% de pessoas vacinadas já registradas no sistema de informação do Ministério da Saúde”, apontou.

“É nesse sentido, tendo esses índices batidos, nós vamos avaliar os dados e tentar flexibilizar o que for possível, inclusive o uso das máscaras. Mas antes de tudo temos que lembrar que existe uma lei estadual que obriga o uso das máscaras. Vamos ter que dialogar com a Assembleia Legislativa e com a sociedade, porque nós vamos tentar flexibilizar gradualmente, primeiro em espaços abertos e, depois, em espaços internos, desde que não exista nenhuma subida do número de novos casos do quantitativo de óbitos no Paraná.”

Questionado sobre a quarta e quinta onda da doença que vêm atingindo alguns países que já tinham cumprido o ciclo vacinal, o secretário afirmou que existem duas situações. “Uma situação é a que ocorre em países como a Alemanha e a Inglaterra, que estão apresentando número de casos elevados, mas casos praticamente sem gravidade, porque a vacinação está segurando. Outra é a dos países do leste europeu, que têm taxas de vacinação muito baixas e estão apresentando casos graves também. Então a vacina é um verdadeiro salvo-conduto e tem nos trazido até aqui.”

Ele apontou que o Brasil, até mais do que outros países, possui uma vacinação de excelência quando há doses dos imunizantes à disposição. “O que está acontecendo e está dando certo. Por isso é importante manter o foco da vacinação, fazer a segunda dose e convencer aqueles que não tomaram vacina até agora a tomar. É um processo todo que continua evoluindo e não parou.”

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Sobre a vacinação de crianças com uma dose reduzida, Beto Preto explicou que em algum momento isso vai acontecer. “Me parece que será aprovada a meia dose de vacina para as crianças entre 5 e 11 anos. Tudo o que vier aprovado pelas grandes agências de saúde nos Estados Unidos e na Europa pode ser aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no Brasil e trata-se de uma situação de risco-benefício calculado. Eu tenho um filho de 11 anos e estou aguardando de maneira ansiosa a liberação da dose para as crianças no Brasil para que essas crianças também possam ser vacinadas."

AMEAÇA

Sobre a recente ameaça que sofreu por uma pessoa contrária à vacinação obrigatória de adolescentes, Beto Preto afirmou que o direito de um vai até o limite que interfere no direito do outro, mesmo em casos de direitos difusos. “Temos que pensar que as pessoas podem fazer o que quiser, desde que estejam dentro da seara de liberdade de expressão. Eu fiquei sabendo desse assunto pela imprensa, mas vejo que estamos num momento muito ideológico", disse. Neste caso, a pessoa que dirigiu as ameaças foi identificada pela Polícia Civil do Paraná e admitiu que errou e foi liberada.

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