Polícia apresentou o homem que confessou o crime contra a criança de 9 anos
Polícia apresentou o homem que confessou o crime contra a criança de 9 anos | Foto: Ricardo Chicarelli

O padrasto da menina encontrada morta em um matagal na zona leste de Londrina no domingo (21) confessou à Polícia Civil nesta segunda-feira (22) ter estuprado e assassinado a enteada de 9 anos. O homem está preso na PEL 1 (Penitenciária Estadual de Londrina) e será indiciado por estupro de vulnerável e feminicídio.

O fato foi comunicado inicialmente no plantão policial. Segundo o delegado chefe da Polícia Civil, Osmir Neves, em um primeiro momento, o padrasto apareceu acompanhado da mãe noticiando o desaparecimento da menina, no sábado (20). Os investigadores desconfiaram da versão do padrasto, contudo, ainda na noite de sábado, ele insistia no desaparecimento. “ Os investigadores começaram a ter certas dúvidas da versão que ele estava apresentando porque ele teria sido a última pessoa que teria tido um contato com a criança antes do desaparecimento”, contou.

No domingo (21), o corpo da menina foi encontrado por moradores da região. O homem então solicitou apoio da Polícia Militar por receio de ser linchado por terceiros. Quando o corpo foi localizado, o padrasto foi até a delegacia formalmente e relatou aos PMs que teria cometido o assassinato, mas não tinha confessado o abuso sexual.

Segundo o delegado, testemunhas viram o padrasto caminhar com a menina antes do crime. “Algumas testemunhas relataram a estranheza de ele caminhar sem a criança próxima [ao voltar] e estava com as vestes sujas. Ele tentou se furtar do crime ao lavar as vestes, tomou banho”, disse. Na primeira oitiva, o homem permaneceu em silêncio, conforme explicação do delegado. Ao ser ouvido pela segunda vez na Polícia Civil, contudo, ele disse que teria levado a menina para o matagal com a desculpa de que apanhariam um frango para comer com a família. Após o abuso sexual, ele teria tentado ainda comprar o silêncio da menina com uma nota de R$ 5 – que foi encontrada próxima ao corpo da criança.

Com receio de que a menina contasse para os familiares sobre o estupro, o padrasto cometeu o assassinato, segundo Neves. “Ele matou a menina para se furtar da responsabilização criminal”. O homem responderá por feminicídio, já que a menina tinha um vínculo de afinidade com o agressor.

“Nós ainda esperamos laudos, mas as imagens de como foi encontrado o corpo da criança indicam que aparentemente a causa da morte foi uma esganadura, porque ela tinha lesões na região do pescoço; e também pela cena do crime denota a prática do crime sexual”, disse. Essa teria sido a única vez que o padrasto abusou da criança, de acordo com Neves. A Criminalística ainda aguarda laudos de exames.

O homem está segregado dos demais detentos por conta de possíveis represálias à integridade física dele. A pena para homicídio é de 12 a 30 anos e a pena prevista para quem comete o crime de estupro de vulnerável é de oit a 15 anos de prisão.

Segundo Neves, a mãe da menina não sabia do ocorrido e ficou surpresa com toda a situação. Em depoimento, ela disse que o padrasto nunca tratou a menina de forma diferente, e que ela avisou aos policiais sobre os vestígios de sangue encontrados no banheiro. A mãe da menina estava há oito anos com o companheiro.

A menina foi sepultada na manhã desta segunda no cemitério Jardim da Saudade, na zona norte.

(Atualizada às 15h52)