Vídeos postados nas redes sociais mostram acúmulo de lixo e reclamações de pacientes sobre o descaso no atendimento no Hospital Evangélico de Londrina. O hospital não possui leitos específicos de isolamento para pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19. A instituição, referência no tratamento de doenças de alta complexidade, tem atuado apenas como hospital de retaguarda, conforme protocolos firmados durante a pandemia.

Em Londrina e região, somente o HU (Hospital Universitário) é referência no atendimento aos casos do novo coronavírus. No entanto, em razão do aumento no número de pessoas com suspeita da doença, o HE disponibilizou uma área destinada para que os pacientes aguardassem os resultados dos exames de Covid-19.

Porém, as imagens gravadas no dia 24 de junho mostram que no local havia homens e mulheres que aguardavam os resultados e que recorreram à instituição por diferentes motivos. Uma das pacientes havia sofrido um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e outro um infarto.

Em nota, o Hospital Evangélico de Londrina ressaltou que os prontos-socorros credenciados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) estão superlotados na cidade. "Na data citada, a taxa de ocupação da nossa instituição estava em 102,59%, com 34 pacientes internados no PS, sendo dez vagas de UTI e dois em ventilação mecânica".

Ainda conforme a assessoria, no dia 23 de junho, houve atraso na divulgação dos resultados dos exames. Os pacientes foram transferidos e realocados logo após a liberação dos laudos. Duas alas de isolamento, uma para homens e outra para mulheres, foram criadas no hospital e medidas internas foram adotadas para reforçar o atendimento aos pacientes.

Além da superlotação, o HE enfrenta a defasagem no quadro de funcionários, já que alguns fazem parte do grupo de risco da Covid-19 e outros apresentam sintomas da doença. A denúncia dos pacientes foi levada ao Ministério Público e ao Centro de Direitos Humanos de Londrina.